2003-06-02

Imagina a mão que toca e molda o corpo amado, tornando completo o abraço estreito. Outra mão prolonga-se nos dedos, que leves se perdem nos cabelos revoltos e cheirosos.
Mais uma mão que toca e molda outras costas que não as mesmas, não sei de qual das duas estou agora a falar!
Neste jogo a quatro mãos, falta uma, a última que, como por vontade própria, procura o amor do seio escondido, a ternura num mamilo redondo e rosa, tremente ao toque.

O corpo do homem envolve-se no corpo da mulher, através das bocas que se sugam, dos peitos numa amálgama, das coxas que se encaixam, do pénis no calor da vagina, dos cheiros que se trocam até ser um, dos gemidos que são duplos um do outro, do prazer prolongado pelo amor.

É o abraço dos corpos que se amam, das almas que se unem, aquele momento em que não há lugar nem hora, nem espaço nem tempo – um grão de continuum.

Nem ele nem ela são totalmente homem ou mulher. Com o prazer a ternura a intimidade, a fusão, oferecem um ao outro as suas diferenças. Ele torna-se um pouco mulher, ela descobre o que é ser homem.

Fazem amor.

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