2003-08-28

serviço público


INSTITUTO DE METEOROLOGIA
PORTUGAL
PREVISÃO DO ESTADO DO TEMPO NO CONTINENTE



DIA 29 DE AGOSTO DE 2003 - SEXTA-FEIRA
REGIÕES DO NORTE E DO CENTRO:
PERÍODOS DE CÉU MUITO NUBLADO, APRESENTANDO BOAS ABERTAS A
PARTIR DO FIM DA MANHÃ.
VENTO MODERADO (15 A 30 KM/H) DE SUDOESTE, SOPRANDO MODERADO A FORTE
(30 A 45KM/H) NAS TERRAS ALTAS, TORNANDO-SE EM GERAL FRACO (INFERIOR
A 20 KM/H) DE OESTE DURANTE A MANHÃ.
AGUACEIROS, EM ESPECIAL NA REGIÃO NORTE E DIMINUINDO DE FREQUÊNCIA
DURANTE A MANHÃ.
PEQUENA SUBIDA DA TEMPERATURA.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL.

REGIÕES DO SUL:
CÉU GERALMENTE POUCO NUBLADO.
VENTO EM GERAL FRACO (10 A 20 KM/H) DE OESTE.
PEQUENA SUBIDA DA TEMPERATURA.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL.

ESTADO DO MAR
COSTA OCIDENTAL: ONDAS DE SUDOESTE COM 3 A 4 METROS,
DIMINUINDO PARA 2 METROS.
TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR: 19 C
COSTA SUL: ONDAS DE SUDOESTE COM 1 METRO.
TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR: 20 C

DIA 30 DE AGOSTO DE 2003 - SÁBADO
CÉU POUCO NUBLADO OU LIMPO, APRESENTANDO-SE MUITO NUBLADO NO LITORAL
A NORTE DO CABO DA ROCA ATÉ AO FIM DA MANHÃ.
VENTO FRACO (INFERIOR A 15 KM/H) DO QUADRANTE NORTE.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL NO LITORAL OESTE, NOS VALES E TERRAS BAIXAS.
SUBIDA DA TEMPERATURA MÁXIMA, EM ESPECIAL NO INTERIOR.

DIA 31 DE AGOSTO DE 2003 - DOMINGO
CÉU POUCO NUBLADO OU LIMPO.
VENTO FRACO (INFERIOR A 15 KM/H), SOPRANDO MODERADO (15 A 25 KM/H)
DE NOROESTE DURANTE A TARDE, NO LITORAL OESTE.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL, EM ESPECIAL NO LITORAL OESTE.

INFORMAÇÃO DO INSTITUTO DE METEOROLOGIA - PORTUGAL.
Clara Ferreira Alves no Diário Digital:

“No Iraque, todos os dias morrem tropas britânicas ou americanas, e o que corre mal no Iraque, onde a população se sente desprotegida e ocupada, insegura e humilhada, correrá mal noutros lugares, porque o Iraque será o erro da Casa Branca e de Downing Street que todos iremos pagar. A visão estratégica da luta anti-terrorista de Bush – nós contra eles – começa a parecer-se com a visão suicidária de uma América que não preparou, não planeou, não estudou e não tem competência para ocupar e reconstruir o Iraque. E que não quer ceder o poder, mantendo o orgulhosa solidão que tão maus resultados costuma dar nos regimes autoritários”

Nem é preciso discutir princípios. É uma questão de competência.

2003-08-27

Cara Sónia,



EPPUR SI MUOVE

“Eu, Galileu, de 69 anos, com a mão sobre o Evangelho, maldigo e detesto a heresia do movimento da Terra.“
“eppur si muove”

No momento em que faz esta afirmação Galileu personifica e torna-se o fulcro, pelo menos a nível simbólico, da separação do laico e do sagrado.

Afirmou-se herético e como católico que era arrependeu-se de pensar dizer e escrever que a Terra não era o centro do Universo. E no entanto esta move-se.

Os seus sentidos, os seus instrumentos e a sua inteligência afirmam-no.

Galileu traiu a verdade, foi cobarde, negociou a vida com o engano, foi dúplice – não é uma história digna e nobre, edificante como a vida dos santos. Também por isso Galileu é tão representativo do homem moderno – dividido entre a Fé e a Verdade. Na idade média estes dois conceitos seriam indissociáveis. Aparecerem tão próximos num texto constituiria um pleonasmo óbvio. Para Galileu era um paradoxo.

EPPUR SI MUOVE

HUMANISMO


Duas visões:
1. There is Something Wrong With Humanism
by Jeremy Stangroom

2. There is Nothing Wrong With Humanism
by Kenan Malik
PVG apurou que em Goa, sob a dominação portuguesa, a sociedade estava estruturada como um “apartheid quase rigoroso”. A segregação processava-se por níveis, ou castas na boa tradição indiana e pasme-se, PVG defende que essa tradição também seria a europeia, pelo menos na altura.

“(…)os portugueses viviam na sua cidade própria, em geral dentro dos muros da fortaleza. No círculo urbano imediato, habitavam os “locais da terra” de religião católica. Depois, em segregação sistemática e organizada, os hindus, distribuídos pelas várias castas, os jains, os muçulmanos.”

Num paralelo, as sociedades, quer as europeias, quer as asiáticas, praticavam naturalmente sistemas de castas. Criando-se assim grupos estanques de minorias étnicas, religiosas ou profissionais semi-ostracizados. “Também em Portugal os muçulmanos, os judeus e as diversas profissões tinham bairros ou ruas próprias. Os europeus perceberam logo que, na India, havia ainda menos lugar que na Europa para miscigenação urbana, profissional ou pessoal.”

Os mestiços, filhos de casamentos mistos, foram sempre párias - o nível mais baixo das sociedades. Por isso a dificuldade de integração rápida, impossivelmente indolor das minorias. “Dos portugueses aos nigerianos, por exemplo, só ao fim de duas ou três gerações toda a gente se “ocidentaliza”, ou seja, se moderniza - e, a maior parte das vezes, apenas superficialmente.”

E quando se pretende aculturar uma nação ou um povo inteiro, é de esperar ainda maiores dificuldades.

o suspense, a emoção


que sábias palavras para o dia 11 de setembro?

2003-08-26

The Bright's Network


The Brights


A Bright is a person who has a naturalistic worldview

A Bright's worldview is free of supernatural and mystical elements.

The ethics and actions of a Bright are based on a naturalistic worldview.


em www.the-brights.net - site do movimento bright

Humildemente relembro que, apesar da língua portuguesa evoluir, muda mais devagar que a blogosfera.

(na glória de todos nós:
José Mourinho - Foi exemplar a sua reacção ao frango de Baía. Prometeu-nos que haverão outros. (...))
E agora pergunto:
Não será antes: Prometeu-nos que haverá outros?

2003-08-25

Acha que a barragem do Alqueva serve para alguma coisa?
1 - Sim
2 - Não

É o inquérito no site do Público. Quanto à questão não tenho nada a criticar: equilibrada, nada manipuladora. Propunha sim que as alternativas de resposta fossem para além do simples sim/não. Só a título de exemplo:


Acha que a barragem do Alqueva serve para alguma coisa?

1. Sim
2. Não
3. Talvez Sim
4. Talvez Não
5. Talvez Talvez
6. Sim, porque não?
7. Não! Porque sim!
8. Muita coisa e deitava uma bomba nas gravuras de Foz Côa
9. Nada de nada, mas pronto até é bonitinha!
10. Sim?
11. Não….
12. Nenhuma das alternativas acima.
13. Todas as alternativas abaixo.
14. Eu nem gosto de água!
15. Não quero saber…
16. O que é o Público?
17. Al ‘queva??? Os terroristas são tão hórriveis…
18. e aquele sangue todo!
19. Detesto inquéritos!!!
20. Ponho a cruzinha onde?
21. Cá pra mim é igual!
22. Disso a minha patroa é que sabe!
23. Oh Manel! Vem aqui que estes senhores querem falar contigo!
24. Antes de responder à pergunta importa lembrar que todos os pareceres técnicos apontavam para uma rápida resolução do problema! Posto isto a minha opinião é que se devem ponderar todas as variáveis relevantes para ser formulada uma resposta cabal e definitiva.
25. Agora não posso!

2003-08-21

BRIGHT!


a nova designação para aquele que tem uma visão naturalista do mundo
(ver em The third culture)

médicos e medicamentos



Os médicos tem por função básica e inalienável - invendável introcável inegociável - defender a vida dos seus doentes.

Ao permitir que a sua decisão técnica seja influenciada por questões de interesse próprio, o profissional de saúde deixou o juramento de Hipócrates onde?

Lembremo-nos então que os maiores consumidores, em quantidade e valor, de medicamentos são idosos. Juntemos que a principal fonte de rendimento dos velhos são as pensões de reforma (baixas).

Temos a justiça social do avesso. Temos transferências brutais de rendimento dos pobres para uma das classes mais bem pagas deste país. Transferências brutais dos impostos, que todos pagamos, para uma classe profissional sem desemprego, com salários bastante interessantes.

O resto da história: mais um caso de tribunal.

2003-08-20

Para ler:

Islão e Liberalismo


na reason online

fuzzy logic


Luís Delgado no Diário Digital sobre os atentados no Iraque e em Israel



Luís Delgado socorre-se da tese do Choque de Civilizações para integrar o problema. Neste quadro, Sérgio Vieira de Mello e as crianças de israel são mártires da civilização ocidental, como que esmagados pelos corpos dos dois titãs em luta.

Justifica-se assim a mão de ferro, a opção do "dente por dente" - versão pobrezinha da escalada da Guerra Fria. Até porque a vitória do ocidente no Iraque pretende a democratização desse país e a libertação desse povo também mártir.

E aí fiquei bararalhado!

O povo iraquiano todo? ou só os não muçulmanos? ou todos menos os xiitas? ou todos menos os da clã de sadam?

Sendo o iraque maioritariamente muçulmano (a OUTRA civilização) haverá condições para democratizar o Iraque?

Ou havedo condições para democratizar o Iraque - povo iraquiano incluído suponho - a cultura muçulmana não será assim tão diferente da ocidental.

E se a cultura muçulmana não respeita os direitos humanos mais básicos, não será possível a democratização.

Continuo baralhado...
RALPH PETERS escreve no NYPOST:

Yet the bombing of the U.N. headquarters at the Canal Hotel was a self-defeating act. . . . The truck bomb didn't simply attack the U.N. - it struck at the U.N.'s idea of itself. The lesson the U.N. must take away is that no one can be neutral in the struggle with evil.

Estordinário!!!
estes malandros das nações unidas - não querem ver onde está o mafarrico!
O objectivo do terrorismo é criar um clima de medo – ou terror – para atingir objectivos políticos. Habitualmente visa a degradação das estruturas de poder e da confiança dos cidadãos na sua eficácia.

A cidade deixa de cumprir uma das suas funções básicas – proteger os seus habitantes e permitir-lhes um quotidiano sem andar à marretada com o próximo.

O terrorismo quer assustar para o mudar o estado das coisas.

Os inúmeros atentados à vida humana, de israelitas ou de palestinos, não querem mudar o estado de coisas, mas sim mantê-lo. Duas forças opostas da mesma magnitude mantém em equilíbrio o sistema.

É o caso. Cada atentado visa não aterrorizar mas sim indignar, enfurecer a multidão. A frequência da morte é tão grande que se tornou o triste dia-a-dia. Não assusta mais ninguém, os israelitas e os palestinianos já estão todos aterrorizados. Já conseguiram demonstrar a incapacidade das forças de segurança e protecção dos cidadãos. Agora só provocam vontade de vingança no coração do mundo.

O exército israelita e os grupos radicais islâmicos deram as mãos neste propósito e estão a indignar o mundo inteiro. A política de olho por olho dente por dente está a atingir os seus objectivos.

2003-08-19

Sérgio Vieira de Mello morreu


na sequência de atentado em Bagdad...
estamos de luto

Mari Alkatiri: Maggiolo Gouveia foi responsável pelo "holocausto" em Timor-Leste


pergunta: terá o Sr. Ministro da Defesa tentado usar politicamente um facto, pela sua natureza, íntimo e familiar?
Do outro apagão em Nova Iorque (em 1977) resultou um pico de nascimentos 9 meses depois. Resulta que a tecnologia é inimiga do homem e que a tecnosfera tem ocupado espaço da biosfera – ganhando proeminência.

Cá em Portugal, o decréscimo da taxa de fertilidade está intimamente ligado à eficácia dos serviços da EDP.

Há poucos anos, principalmente no Verão, eram frequentes os cortes de Verão, que agora entendo, eram estratégicos. Imagine-se mais uma horda de futuros contribuintes para o sistema de segurança social em plena fabricação. E o mundo rolava ordenadamente…

2003-08-18

Cara Sónia,

Sempre que certos assuntos me assaltam torno-me estranhamente místico. Sinto o que sempre senti quando passo por escadas sem corrimão, varandas periclitantes ou quaisquer outras passagens elevadas sem a segurança de uma qualquer guarda a que possa deitar a mão: vertigens.

E um dos temas mais vertiginosos é a fé.

As palavras que me surgem mais adequadas são aquelas usadas por alguém profundamente crente.

Tive a tentação (lá está!) de começar por dizer que a fé um grande MISTÉRIO... Tenho de desfazer esta aura de encanto que envolve a expressão. Que, admitemos, convida-nos a aceitar acriticamente qualquer verdade, num doce sono de morfeu no seio da penumbra cálida do GRANDE MISTÉRIO... É tentador...

A busca da verdade, a critica, a dúvida sistemática, a prova, a observação, todo o corpo da ciência assenta sobre pequenas fés... A fé de que o método permita aceder à verdade, a fé de que a medição não influencie o resultado, a fé que a lógica seja o filtro adequado da pensamento... Todo o corpo dedutivo de conhecimento resulta de um núcleo duro de proposições não comprováveis, que são verdadeiras por definição... Depois de séculos de esforços na luta pela objectividade pela positividade - ironia - resta-nos a consolação que baseamos o nosso conhecimento em axiomas, por definição não falsificáveis. A fé...

Não é em vão, penso, que se pergunta... Mas a distância entre os abençoados que "crêem sem ver" e estes estranhos seres de cabeça crítica é bem menor que esses abismos que tanto me vertiginavam à força de os imaginar.

Enfim, tenho fé na verdade,

2003-08-14

A minha posta de pescada teve como merecida resposta do Ginger Ale:
ja q estas a delirar, manda todos para Marte, com o Bin Laden & Cia, juntamente com todo o arsenal nuclear. de preferencia a 31 de Dez para termos fogo de artificio na passagem de ano

Como manda a boa educação respondi:

Caro Ginger Ale,

Agradeço a sua colaboração no HIPERBÓLICO.

De facto não tinha pensado na hipótese espacial…
Mandar tudo o que é proto-fascitóide para Marte.

Mas aí temos um problema logístico: a quantidade de
passageiros candidatos à magnífica viagem – sem volta – a Marte.

Só para começar:
- os reizinhos da Arábia Saudita
- os Khomeinis do Irão
- o nosso amigo Khadafi
- o Comité do PC Chinês
- os novos amigos dos americanos do Afeganistão
- os militares indonésios
- o Sendero Luminoso
- os esqudrões da morte no Brasil, na Colômbia,
no Peru, etc
- o simpático do Chavéz
- os milhares de senhores da guerra do Zaire,
da Serra Leoa, da Libéria, das Guinés (Conacri e
Bissau), da Eritreia e da Somália
- os governantes de Myanmar

E já agora duas alas especiais (de luxo)
- uma para o Jorge Buche
- e outra para o Sr Dr. Portas e sus muchachos

Com os meus cumprimentos,

Pepe
Comparando com os arroubos fundamentalistas mais a norte, a américa do sul é, no mínimo, refrescante. A vivência - original, de tão pacífica - da esquerda no poder é uma surpresa. Desde sempre sujeita ao experimentalismo social dos ultra-conservadores da Ivy League (libertários de direita é ver o bosque pelo arbusto), o povo sul-americano - os deserdados - precisa do poder. Sem armas, sem caminhos de luz, sem esquadrões de qualquer coisa.

(Acerca da posição histórica dos EUA recomendo a leitura de Império de Gore Vidal, com o especial cuidado de o leitor não esquecer que é pura ficção)

A eleição de Lula da Silva é o maior desafio político no mundo actual. Duvido que haja qualquer complacência com a mínima fragilidade ou erro ou polémica da sua presidência.

Porque actualmente é a única alternativa credível que, simbolicamente, morde nas canelas do padrão internacional de repúblicas bem comportadas ufanas de real politik.

Porque Lula da Silva defende os pobres.

Porque Lula da Silva toma medidas para libertar os deserdados do jugo da fome.

Porque Lula da Silva é de esquerda mas não é populista.

Porque Lula da Silva é democrata.

Porque se Lula da Silva ganhar a parada teremos o Brasil:
país do sul,
pobre,
mulato,
índio,
filho de escravos,
católico,
de carnaval,
a vencer a pobreza.

Eu pago para ver!

2003-08-13

Há ideias simples que valem a pena ser acarinhadas.
Principalmente quando correspondem a uma necessidade premente das populações. Na blogosfera lusa já faz falta.
A loucura é um fenómeno raro em indivíduos –
em grupos, partidos, povos e eras, é a regra.

Friederich Nietzsche, Para além do Bem e do Mal

2003-08-12

Começaram as reformas…



O princípio do fim do velho Portugal, já se vislumbra a dinâmica do novíssimo país – produtivo e empreendedor! As elites - dependentes da Fazenda Pública, palavrosas e improdutivas – que se cuidem. Ou dá lucro ou fecha!

O Sr. Ministro da Presidência o Dr. Morais Sarmento dá o exemplo aos seus colegas e a todos os portugueses, dando fim à uma das grandes causas do défice da RTP – o “Acontece”. Esse programeco não apresenta qualquer justificação de existir.

O sinal está dado! Agora é só seguir o rapaz… afinal até tem estilo de condottieri (nada de confusões - condottieri é condutor, aquele que vai à frente, nada mais... ok?)

Reduza-se o orçamento do Ministério da Cultura – ou até que se feche!

Corte-se no mecenato às actividades culturais.

Limitem-se as despesas familiares em livros, discos, cinema, teatro… com excepção do Harry Potter, da colecção OT (para os incultos OT = Operação Triunfo), dos Anjos de Charlie. Quanto ao teatro – e vamos ao Politeama!!!

(Neste quadro nem percebo para que inventaram o “Canal Conhecimento” – fechava-se e pronto!)

Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa reivindicam atentado em Telavive



Propunha o seguinte:
Trocava os israelitas com os bascos! Podia ser que resultasse... O Aznar aturava o Sharon... Os palestinianos e os bascos de certeza que conseguiam a paz uns com os outros!!
Ou outra:
juntava todos radicais e fundamentalistas: castelanistas, bascos, israelitas e Al-Haqsa's... do outor lado do mundo os moderados...
Boa?

2003-08-05

Até à Peneda


Ainda há pouco sem saber de início... enveredei pela descoberta de mais um universo paralelo do que se chamava, no longínquo politiquês do passado século XX, Portugal Profundo.

(Passa a observação de que XX é vinte e não porno - ou talvez tenha sido porno, o último dos séculos porno, que agora no seu final canta no seu estertor, a sua morte. canta não! geme...)

De caminho a Melgaço pela nacional 13 vindo de Caminha e passando mesmo junto de Monção, vira-se algures à direita e fazem-se 22Km em direcção à Peneda, à fronteira do parque. Magnífica transmutação, surpreendente variação suave, esparsando as feridas humanas marcadas na pedra. Ou, no topo, perto dele, os pastos o lado nómada da transumância pastoril... ainda viva.

De caminho, curvamos e contracurvamos por dois vales contíguos, ligados por uma ponte junto à azenha, tornada inútil pelo século vinte. O Tardio, chegado àqueles caminhos há quatro décadas, não mais. A azenha tão sem uso vislumbrámo-la uma ruína. Não parámos o automóvel, não bebemos a alma do ribeiro que passa no fundo - talvez límpido imagino - ficou do quadro a ligeira impressão. Entre a curva e contracurva, a próxima pequena ou grande maison, telhado mais ou menos inclinado, alcandorada se a topografia da courela assim o permite. Na densidade dos caules, donde brotam o verde do milho e da vinha adivinham-se as mãos que trabalham, presentes e permanentes escravos da paisagem.

O que realmente fica é a paisagem o relance para quem passa preguiçosamente com o fito no parque, na Serra. O olhar parasita das mãos dos outros, sedento do verde denso do vale, prenúncio do topo do mundo. Da amplitude de olhar lá do cimo reduzindo o nativo a miniatura de gente, pequeno bichinho hiperactivo, formiguita construtora de paisagens, para gáudio dos olhos mortais, não de gelo, mas de inocente curiosidade de antropólogo amador carregado de teorias incompletas.

Subiu-se muito até ao topo. E as mãos que trabalharam a paisagem do vale são agora os pés que batem os pastos, dos cascos das vacas que os seguem. Os pastos e as árvores e os raros caminhos. Raros são os rasgos na serra, os abrigos de pastor que de tão baixos, feitos à terra, mostram vergonha de não ruírem. Agacham-se escondidos entre dois penedos e um tufo de fetos.

Para manter o mistério o nevoeiro desceu sobre a serra, a cacimba molhava distraída o viajante, o turista de acaso.

2003-08-04

Na última quinta-feira dei por mim uma alma sensível.

Lembro-me dos tempos em que antes de um filmito mais carnudo na televisão, um senhor – ou senhora – avisava os caros telespectadores que este continha imagens que poderiam chocar as pessoas com uma sensibilidade mais susceptível. Chegava mesmo a aconselhar mudar de canal. Sempre achei que ficava no ar a leve sugestão de desligar o aparelho.

Só muito depois, já com a privatização em preparação é que veio a bolinha vermelha.

Apresenta muitas vantagens! Não se perde tempo de antena com um período de baixíssima rentabilidade. Menos 2 minutos de anúncios no mínimo. Não se aconselha a mudança de canal, perigosíssimo para o share. Informa o telespectador que o próximo programa tem suficientes sylicon bodies para pôr a salivar qualquer almita mais susceptível. Deixa no ar a persistente sugestão para não desligar o aparelho, não fazer zapping, a qualquer momento, dentro em breve, pode começar a publicidade.

As imagens chocantes surgem assim de rompante, sem qualquer aviso, no início do telejornal, com a imprevisível realidade. E sem bolinha!

Na quinta-feira foi a minha vez de ser abalroado com a crueza da realidade filmada, satelitalizada e descarregada sobre o meu jantar.

Os incêndios! Aquela dor toda… desliguei – não quis saber!!!

A solução tão perto


Os incêndios queimam sem que haja, aparentemente, travão para esta mancha negra que não pára de alargar o seu lastro de cinza pelo interior do país.

Com tanta água que tem metido, porque não a enviam, e com ela o Sr. Ministro da Defesa, seu autor, resolvendo assim o problema?