2004-07-29

2004-07-26

Graças às expectativas sobre o novo governo da república serem tão baixas, assistiremos ao milagre da transmutação da primeira medida que não seja sofrível num momento histórico da Nação.

Aleluia!

2004-07-23

bons exemplos



Sempre pensei que, apesar dos inúmeros erros de condução política no pós-guerra no Iraque, estávamos perante um exemplo de administração transparente, organizada e fundada na aplicação de regras mínimas de responsabilização. Achei que a potência administrante do território não se permitiria esquecer as mínimas regras da boa gestão pública e democrática. Até porque o período da administração estrangeira no Iraque seria uma extraordinária oportunidade de demonstrar a superioridade das instituições e da administração de cariz ocidental.

Aparentemente tal não aconteceu. Do tão propalado esforço financeiro de reconstrução do país, pelo Congresso dos EUA foram aprovados $18.400 milhões, só uma ínfima parte foi efectivamente aplicada, $400 milhões. O resto do orçamento da Autoridade Provisória teve origem em receitas da venda de petróleo, assim que a ONU permitiu a aplicação das receitas do programa de petróleo por comida.
 
Em contrapartida a ONU impôs auditorias e supervisão de entidades independentes, o que só veio a acontecer em Abril de 2004. E o resultado da auditoria da KPMG é preocupante.
 
A contabilização dos $20.000 milhões de receitas do Fundo de Desenvolvimento para o Iraque consistia em folhas de cálculo. Na venda do petróleo, foi incipiente e pouco credível. Foi negado aos auditores o acesso a ministérios apontados como núcleos de corrupção, assim como a relatórios sobre certos contratos de grande dimensão. Ficou por saber o destino de $1.400 milhões pagos à Halliburton.
 
Uma administração que esqueceu Kyoto, não aderiu ao TPI, não impediu as omissões de Guantanamo e os abusos de Abu Ghraib, não se permitiria a cumprir as mais básicas regras de uma administração justa, democrática e transparente.
 
As regras são para aplicar em casa e só em casa.
 
a partir da leitura de “Accounting and Accountability” de PAUL KRUGMAN no New York Times
Ontem, pela hora de almoço, o Sr.  Primeiro-Ministro dirigiu-se à Nação congratulando-se com a eleição, pelo Parlamento Europeu, do Sr. Dr. José Manuel Barroso como Presidente da Comissão. Simultaneamente dirigiu-lhe os seus cumprimentos e desejos de sucesso na função, empenhando os esforços do Governo português para colaborar no necessário com o Presidente da Comissão.
 
Não bastava um telegrama?

2004-07-15

mínimos nadas



Ontem conhecemos mais dois nomes do próximo Governo da República. Para além do Primeiro-Ministro, estão definidas as pastas das Finanças e dos Negócios Estrangeiros. Não são os nomes que fazem ministros, nem a velocidade dos convites ou a ausência de recusas que garantem a sua qualidade.

É mais uma demonstração da triste personalização da acção política a exagerada atenção nacional à novela do convite e da recusa, da canção do bandido e da aceitação ruborizada da donzela.

Faz falta olhar mais para o pensamento e a acção, atender ao programa e às medidas.

São um mistério as grandes orientações do próximo governo, as linhas mestras do próximo Orçamento de Estado e da política económica. Desconhece-se qualquer ideia, um mínimo lampejo que se aproxime de uma estratégia nacional para o desenvolvimento.

Detalhes...

2004-07-01

A qualidade fundamental e imprescindível para um bom exercício de um mandato de Presidente da Comissão Europeia é a capacidade de encontrar consensos e negociar soluções, descobrindo equilíbrios entre interesses diversos e tantas vezes contraditórios.

Com a sua saída trapalhona e apressada do Governo de português, Durão Barroso não terá a melhor das referências...