O voto do Governo Português a sancionar a suspensão da aplicação do procedimento de défice excessivo à França e à Alemanha tem razões que ultrapassam a evidente inabilidade política da Sra. Ministra das Finanças.
É coerente com o posicionamento de Portugal na comunidade internacional, desde que Durão Barroso tomou posse. Todas as grandes decisões do país em matéria de Negócios Estrangeiros, aquelas que sinalizam a estratégia para médio prazo, apontam para Portugal ser um pequeno país seguidor, de forma intransigente e dogmática, das posições dos grandes.
Recorde-se o apoio à aventura norte-americana de luta anti-terrorista nos Açores. Recorde-se o voto de apoio à fragilização do Pacto de Estabilidade pelos franceses e alemães. Em resumo, Portugal anda sempre à boleia dos grandes, não marca a mínima diferença.
O voto do Governo Português tem uma face de indesculpável cinismo. O Governo Português não tem força, nem vontade, nem confiança em manter os esforços de consolidação orçamental. Por isso deu o seu contributo, safando os grandes, na esperança de, quando falhar, estes o safarem a ele.
Na verdade, um acordo de cavalheiros.
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