2003-11-06

Presidente do BCE vê sinais de retoma nas economias da Zona Euro

(título no Público)
Todas as previsões apontam para o reinício, suave, do crescimento económico nas economias europeias.
Em particular cá em Portugal, esta suavidade é notória (ver previsões da UE que publiquei na posta abaixo).
A evolução das componentes da despesa faz-nos adivinhar uma recomposição das componentes do rendimento cada vez mais desfavorável para aqueles provenientes do trabalho em prol dos outros factores produtivos. Veja-se o crescimento do desemprego e a corrrespondente "anemia" no crescimento do emprego.
O desemprego cíclico decorre, na demora do arranque da sua recuperação, da sub-utilização da capacidade instalada das empresas. Eventuais aumentos de procura são rapidamente acomodados com os recursos existentes, mediante uma sua maior taxa de utilização. Daí a baixa na taxa de inflação.
Em parte o crescimento do desemprego também é estrutural - por inadequação entre as competências necessárias e as existentes no mercado. Os baixos níveis de literacia e de competências técnicas justificam-no. Neste ponto há uma opção política a fazer: qual a solução para os trabalhadores cujo capital de competências é cada vez menos procurado?
Duas perspectivas:
1- Subsídio de Desemprego mais Reforma Antecipada ou
2- Formação mais Política de Desenvolvimento dirigida a sectores de nível tecnológico adequado ao mercado de trabalho português. Não é só com indústrias de ponta que uma economia cresce!
O aumento do desemprego estrutural tem implicações preocupantes nas finanças públicas. Acresce ao envelhecimento da população como causa da cada vez maior necessidade de apoio social às populações. A médio prazo a pressão na despesa pública será enorme.

Voltando à afirmação do novo Presidente do BCE, é de realçar que os sinais de retoma não obrigam à subida das taxas de juro.

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