2003-09-18

Carox escreveu, eu cito:

"Hoje recebi um email com a mensagem que a seguir transcrevo.

Quantas vezes fazemos coisas sem pensar, só porque sim.

COMO NASCE UM PARADIGMA

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.
Depois de algum tempo, quando um macaco tentava subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.
Chegou a um ponto que nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
A primeira coisa que o novo macaco fez foi subir a escada sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram.
Depois de algumas sovas, o novo membro do grupo já não subia a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo aconteceu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na sova ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foram substituídos.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
”Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...”

De vez em quando, devemo-nos questionar porque fazemos algumas coisas sem pensar.

"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO"
(Albert Einstein)


Pensem nisso !!! ORA ESTA ...""

Portugal vive à beira-mar de costas voltadas para o interior.



Estranho este país, com todo o seu território a menos de 400Km do mar e tem interior. Mas tem-no. Brutalmente. Só que o interior português é social, económico, político, demográfico e cultural, nunca geográfico.

O interior português é tão interior que quando avançamos ainda mais para o interior passamos a fronteira e chegámos a outro litoral!

É esquecimento e abandono.

Fernando Madrinha considera-o uma derrota nacional. Eu também.

E acrescento: todas as medidas estruturais neste país favoreceram o litoral. Veja-se a actual divisão administrativa do país, a que verdadeiramente conta, as Regiões Plano. As que determinam a distribuição dos Fundos Comunitários.

Aveiro é igual à Guarda. Leiria a Castelo Branco. Porto e Braga a Vila Real e Bragança.

Está tudo dito. Os litorais desenvolvidos das regiões atrasadas absorvem a maioria dos Fundos Estruturais. Aprofunda-se o fosso intra-regional.

E a regionalização?

2003-09-16

No Público:

Fundo Monetário Internacional sugere flexibilidade do Pacto de Estabilidade



Não se pode afirmar que o FMI seja uma instituição com posições laxistas no campo de polí­tica macro-económica, principalmente orçamental. Por isso mesmo esta afirmação do seu director, Sr. Horst Koelher, ganha ainda mais impacto.

Lembre-se o seguinte: o défice em si tem o significado que tem! É a diferença, quando negativa, entre receitas e despesas.

Nas minhas finanças pessoais, há meses em que entro em défice, outros com superávite. O que me interessa é ter um percurso financeiro sustentável, de modo a não entrar em ruptura. Em momentos de necessidade entro alegremente em défice, compensando-o com superávites anteriores e posteriores. Esforço-me por não ser insistentemente deficitário para que os meus financiadores externos: família, amigos, bancos; confiem que eu vá pagar.

Para isso servem as políticas de contenção dos défices públicos. Para os financiadores acreditarem na sustentabilidade das finanças públicas. Os 3% e as sanções constituem um sinal para o exterior, como garantia de que os paí­ses EURO terão uma gestão cautelosa das finanças públicas.

No momento em que os membros nucleares da União: França e Alemanha; explicitamente afirmam que não cumprirão os limites impostos, o Pacto perdeu toda a credibilidade.

Por isso o Sr. Horst Koelher, director do FMI, põe o foco na implementação de políticas poupadoras no médio prazo, que garantam percursos financeiros sustentáveis e credíveis.

Para isso o défice deve ser ajustado à conjuntura.

Por isso o Estado Português, como seguidor no quadro da UE, irá flexibilizar a sua gestão orçamental. Resta saber quando e por quem.

E resta saber se implementará as medidas estruturais aconselhadas pelo Sr. Koelher.

2003-09-15

Who is Who?

Ele é imigração.

Ele é o preâmbulo da constituição.

Ele foge ao quotidiano.

Ele é profundo.

Ele não é a pequena política.
Recebi um mail que merece ser citado:

Afinal não é todos os dias que um brasileiro dá uma forte e educada nos americanos...

Durante um debate numa Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

Um jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta, de um humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque: "De facto, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.

Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado.

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.

Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano.

Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito sentido, um milionário japonês, decidir enterrar com ele, um quadro de um grande mestre.

Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países, tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.

Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade, assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife,Lisboa, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA tem defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir a escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.

Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa.

Só nossa!