2004-01-24

Saúde contrai empréstimo de 300 M€ para pagar às Finanças


no dinheiro digital

Mão à palmatória.

A Sra. Ministra das Finanças mais uma vez não desiludiu. Continua a fazer tudo ao seu alcance para manter o défice abaixo dos 3%. Esqueceu foi que ninguém, a não ser ela e, talvez, o Sr. Governador do Banco de Portugal, acredita na magia do PEC.

A irracionalidade das medidas da Sra. Minisitra atingiu os limites do risível. O Estado contrai um empréstimo à banca para pagar uma dívida ao Estado que lho empresta um mês depois para o pagar novamente à banca. Para além das indiscutíveis vantagens, pelo juro recebido, para o sistema financeiro, o que é o país ganhou com tanta circulação de fundos públicos?

Para isso aprova-se nova lei orgânica do IGIF a 29 de Dezembro que permite contrair o empréstimo a 30. Resultado o défice de 2003 desce em 300M em contrapartida de um aumento em 2004. E a Sra Ministra das Finanças, com a inestimável ajuda do colega da Saúde, salvou a face.

Não desmerece elogio este exemplo da criatividade portuguesa, ultimamente nada rarefeita na Infante D. Henrique. Preocupa sim que criatividade e contabilidade não tenham costume em ser uma boa combinação, ou mesmo em dar bons resultados.

Aguarda-se ansiosamente os esclarecimentos iluminantes do Sr. Director da Lusa, que na sua supina ignorância, tanto nos tem ensinado todos mistérios da ciência económica. Talvez ele reconheça as vantagens que por ora me escapam.

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