Na última quinta-feira dei por mim uma alma sensível.
Lembro-me dos tempos em que antes de um filmito mais carnudo na televisão, um senhor – ou senhora – avisava os caros telespectadores que este continha imagens que poderiam chocar as pessoas com uma sensibilidade mais susceptível. Chegava mesmo a aconselhar mudar de canal. Sempre achei que ficava no ar a leve sugestão de desligar o aparelho.
Só muito depois, já com a privatização em preparação é que veio a bolinha vermelha.
Apresenta muitas vantagens! Não se perde tempo de antena com um período de baixíssima rentabilidade. Menos 2 minutos de anúncios no mínimo. Não se aconselha a mudança de canal, perigosíssimo para o share. Informa o telespectador que o próximo programa tem suficientes sylicon bodies para pôr a salivar qualquer almita mais susceptível. Deixa no ar a persistente sugestão para não desligar o aparelho, não fazer zapping, a qualquer momento, dentro em breve, pode começar a publicidade.
As imagens chocantes surgem assim de rompante, sem qualquer aviso, no início do telejornal, com a imprevisível realidade. E sem bolinha!
Na quinta-feira foi a minha vez de ser abalroado com a crueza da realidade filmada, satelitalizada e descarregada sobre o meu jantar.
Os incêndios! Aquela dor toda… desliguei – não quis saber!!!
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