PVG apurou que em Goa, sob a dominação portuguesa, a sociedade estava estruturada como um “apartheid quase rigoroso”. A segregação processava-se por níveis, ou castas na boa tradição indiana e pasme-se, PVG defende que essa tradição também seria a europeia, pelo menos na altura.
“(…)os portugueses viviam na sua cidade própria, em geral dentro dos muros da fortaleza. No círculo urbano imediato, habitavam os “locais da terra” de religião católica. Depois, em segregação sistemática e organizada, os hindus, distribuídos pelas várias castas, os jains, os muçulmanos.”
Num paralelo, as sociedades, quer as europeias, quer as asiáticas, praticavam naturalmente sistemas de castas. Criando-se assim grupos estanques de minorias étnicas, religiosas ou profissionais semi-ostracizados. “Também em Portugal os muçulmanos, os judeus e as diversas profissões tinham bairros ou ruas próprias. Os europeus perceberam logo que, na India, havia ainda menos lugar que na Europa para miscigenação urbana, profissional ou pessoal.”
Os mestiços, filhos de casamentos mistos, foram sempre párias - o nível mais baixo das sociedades. Por isso a dificuldade de integração rápida, impossivelmente indolor das minorias. “Dos portugueses aos nigerianos, por exemplo, só ao fim de duas ou três gerações toda a gente se “ocidentaliza”, ou seja, se moderniza - e, a maior parte das vezes, apenas superficialmente.”
E quando se pretende aculturar uma nação ou um povo inteiro, é de esperar ainda maiores dificuldades.
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