Primeiro tornou-se público o receio da comunidade financeira face às repetidas dificuldades em cumprir o pagamento de cupões de obrigações emitidas pela PARMALAT.
Em segundo é nomeado, por pressão dos credores, na maior parte investidores institucionais, gestor estranho ao núcleo familiar da administração. Torna-se pública a estranheza face à complexidade do modelo de financiamento, que origina dificuldades em cumprir as obrigações perante credores.
Em terceiro lugar é decretada a falência da Parmalat.
Curiosamente a Parmalat apresentou sempre resultados operacionais positivos, o negócio do leite e derivados dá lucro. A origem da falência está num enorme e continuado desvio de fundos, assim se suspeita, a favor do grupo que detinha o poder na empresa.
Mais um exemplo de gestão danosa, corrupção e falta de controlo – interno e externo – em grandes empresas multinacionais. Mais um exemplo de manipulação contabilística a favor de pequenos grupos, normalmente com o poder nas instituições. Pouco distingue estes senhores dos reizinhos de pacotilha de terceiro mundo: ricos, corruptos e incompetentes.
2003-12-31
2003-12-30
um dos filmes que nunca vi
Persegue-me interruptamente. A espassadas vezes, lá aparece ele, tantas foram as que prometi a mim mesmo que ia.
agora foi isto:
"Mulholand Drive", primeiro estranham-te, depois ninguem pode passar sem ti! Um misterio que vale a pena descobrir.
Se fosses um filme, que filme serias?
brought to you by >Quizilla
E será que devo?
2003-12-29
Irão
O terramotos são fenómenos naturais. Ultrapassam a dimensão do humanamente aceitável. A magnitude dos seus efeitos, a sua difícil previsibilidade e a impossibilidade de manipulação humana tornam-nos enormes, assutadores.
São o exemplo da desumanidade da natureza e da fragilidade humana.
Em todas as catástrosfes, sofrem mais os menos preparados. Os que não podem viver em construções resistentes aos abalos, aqueles que só têm para viver no leitos de cheias, aqueles que moram nas encostas mais inclinadas e deslizantes.
Cruel é a omissão!
Cruel é não haver condições de melhorar as construções de adobe, de construir fora do leito do rio e sobre terra firme.
O terramoto é a terra a ondular.
2003-12-17
JUSTIÇA
"Let's just see what penalty he gets, but I think he ought to receive the ultimate penalty ... for what he has done to his people,"
"I mean, he is a torturer, a murderer, they had rape rooms. This is a disgusting tyrant who deserves justice, the ultimate justice."
George Bush
Está perder-se a oportunidade para actuar com justiça, demonstrando uma das conquistas da civilização ocidental: a independência dos tribunais, o princípio do contraditório, a presunção de inocência. O Direito.
Pelo contrário, enveredou-se por um tortuoso caminho de interferência política, pelo Presidente dos EUA, pelos baronetes do novo poder iraquiano, e por quem mais não se sabe. Vaticínios e previsões acerca da sentença criam todas as dúvidas acerca do processo, enfraquecem o tribunal e os cinco juízes que o venham a constituir. Que a actual elite política iraquiana o faça é uma coisa, que a sua posição seja amplificada e reforçada pelas palavras do Presidente dos EUA é outra – muito maior.
O populismo radical, ocidental ou muçulmano, germina e cresce graças a situações pouco claras como a actual. George Bush, com estas palavras tornou credíveis acusações de interferência e de manipulação na nomeação dos juízes pelos Estados Unidos, que vão surgir certamente. Quando, e se, Saddam for julgado, bandeiras americanas serão, mais uma vez, queimadas no mundo islâmico. As chamas inflamarão a alma muçulmana.
Mais uma oportunidade perdida, para o ocidente demonstrar um futuro de justiça e ordem. Mais um argumento para a radicalização política do Islão.
E a aplicação da pena de morte está, infelizmente, nas bocas do mundo.
2003-12-15
Saddam
Não é, não foi, um herói do povo, qualquer ele que seja. Merece o nosso repúdio, o asco de quem não quer, nunca, ter de viver num país com um déspota autoritário e assassino.
Espero, desejo, que o não transformem num mártir, num futuro herói de um povo que se sente mártir.
Para isso deve ser julgado pelos seus crimes de forma exemplar. A forma exemplar de julgar obriga a que se crie um precedente de justiça, equilíbrio e ponderação. Obriga a que os iraquianos, e todos os seus irmãos muçulmanos, se sintam defendidos e vingados e não humilhados. Devem participar, e ver-se representados no julgador, nas regras do julgamento, nos procedimentos.
Pena é que os EUA não tenham aderido ao TPI. Seria a instituição certa para liderar este processo.
2003-12-11
Há momentos em que alguém escreve mais exactamente o que pensamos do que alguma vez pensámos chegar a escrever:
PORTUGAL NO SEU MELHOR
A crónica de hoje de Luís Delgado recebe este magnífico título: Portugal Melhor.
Não surpreende, não agita, não estranha, não regurgita, não treme, não faz tremer, não faz mossa, não nada...
Delgado, já se percebeu, é capaz de tornear todos os números e, pior que isso, tornear a realidade ou olhar para o lado, assobiar bem alto um fado sem uma nota só.
Delgado é uma espécie de cunha perpétua na opinião(?) jornalística(?), secretário vitalício dos interesses da direita, arauto sem espinha do neo-liberalismo e ultra-profeta da confiança.
Delgado é o super-homem luso, traz-nos a Mensagem.
Delgado é, pois, Portugal no seu melhor, todos os dias úteis, mais feriados semanais - mesmo religiosos e esquerdalhos. Delgado é a lapa cega.
No Soda Cáustica
PORTUGAL NO SEU MELHOR
A crónica de hoje de Luís Delgado recebe este magnífico título: Portugal Melhor.
Não surpreende, não agita, não estranha, não regurgita, não treme, não faz tremer, não faz mossa, não nada...
Delgado, já se percebeu, é capaz de tornear todos os números e, pior que isso, tornear a realidade ou olhar para o lado, assobiar bem alto um fado sem uma nota só.
Delgado é uma espécie de cunha perpétua na opinião(?) jornalística(?), secretário vitalício dos interesses da direita, arauto sem espinha do neo-liberalismo e ultra-profeta da confiança.
Delgado é o super-homem luso, traz-nos a Mensagem.
Delgado é, pois, Portugal no seu melhor, todos os dias úteis, mais feriados semanais - mesmo religiosos e esquerdalhos. Delgado é a lapa cega.
No Soda Cáustica
2003-12-10
Mais uma mensagem de correio electrónico recebida:
1. No teu horário de almoço, senta-te no teu carro estacionado, põe os óculos escuros e aponta um secador de cabelos para os carros que passam. Vê se eles diminuem a velocidade.
2. Sempre que alguém te pedir para fazer alguma coisa, pergunta se quer batatas fritas a acompanhar.
3. Encoraja os teus colegas de sala a fazer uma dança de cadeiras sincronizada contigo.
4. Coloca a tua lata de lixo sobre a mesa e escreve nela "Entrada".
5. Desenvolve um estranho medo de agrafadores.
6. Põe café descafeinado na máquina de café por três semanas. Quando todos tiverem perdido o vício da cafeína, muda para café expresso.
7. No verso de todos os teus cheques escreve "Referente a suborno".
8. Sempre que alguém te disser alguma coisa, responde com "isso é que tu pensas".
9. Termina todas as tuas frases com "de acordo com a profecia".
10. Ajusta o brilho do teu monitor para que o nível dele ilumine toda a área de trabalho. Insiste com os outros que gostas assim.
11. Não uses pontuações.
12. Sempre que possível, pula em vez de andar.
13. Pergunta às pessoas de que sexo são. Ri histericamente depois delas responderem.
14. Canta na ópera com os actores.
15. Vai a um recital de poesia e pergunta por que é que os poemas não rimam.
16. Descobre onde é que o teu chefe faz compras e compra exactamente as mesmas roupas. Usa-as um dia depois do teu chefe as usar. Isto é especialmente efectivo se o teu chefe for do sexo oposto.
17. Manda e-mails para o resto da empresa para dizer o que é que estás a fazer. Por exemplo: Se alguém precisar de mim, estou na casa de banho, 3ª porta a esquerda".
18. Dispõe uma rede de mosquitos ao redor da tua secretaria. Põe um CD com sons da floresta durante o dia inteiro.
19. Quando sair dinheiro da caixa automática, grita.
20. Ao sair do zoo, corre na direcção do parque de estacionamento, gritando "Salve-se quem puder, eles estão soltos!".
21. Todas as vezes que vires uma vassoura, grita "Amor, a tua mãe chegou!".
Como manter um certo nível de insanidade...
1. No teu horário de almoço, senta-te no teu carro estacionado, põe os óculos escuros e aponta um secador de cabelos para os carros que passam. Vê se eles diminuem a velocidade.
2. Sempre que alguém te pedir para fazer alguma coisa, pergunta se quer batatas fritas a acompanhar.
3. Encoraja os teus colegas de sala a fazer uma dança de cadeiras sincronizada contigo.
4. Coloca a tua lata de lixo sobre a mesa e escreve nela "Entrada".
5. Desenvolve um estranho medo de agrafadores.
6. Põe café descafeinado na máquina de café por três semanas. Quando todos tiverem perdido o vício da cafeína, muda para café expresso.
7. No verso de todos os teus cheques escreve "Referente a suborno".
8. Sempre que alguém te disser alguma coisa, responde com "isso é que tu pensas".
9. Termina todas as tuas frases com "de acordo com a profecia".
10. Ajusta o brilho do teu monitor para que o nível dele ilumine toda a área de trabalho. Insiste com os outros que gostas assim.
11. Não uses pontuações.
12. Sempre que possível, pula em vez de andar.
13. Pergunta às pessoas de que sexo são. Ri histericamente depois delas responderem.
14. Canta na ópera com os actores.
15. Vai a um recital de poesia e pergunta por que é que os poemas não rimam.
16. Descobre onde é que o teu chefe faz compras e compra exactamente as mesmas roupas. Usa-as um dia depois do teu chefe as usar. Isto é especialmente efectivo se o teu chefe for do sexo oposto.
17. Manda e-mails para o resto da empresa para dizer o que é que estás a fazer. Por exemplo: Se alguém precisar de mim, estou na casa de banho, 3ª porta a esquerda".
18. Dispõe uma rede de mosquitos ao redor da tua secretaria. Põe um CD com sons da floresta durante o dia inteiro.
19. Quando sair dinheiro da caixa automática, grita.
20. Ao sair do zoo, corre na direcção do parque de estacionamento, gritando "Salve-se quem puder, eles estão soltos!".
21. Todas as vezes que vires uma vassoura, grita "Amor, a tua mãe chegou!".
2003-12-05
2003-12-03
O voto do Governo Português a sancionar a suspensão da aplicação do procedimento de défice excessivo à França e à Alemanha tem razões que ultrapassam a evidente inabilidade política da Sra. Ministra das Finanças.
É coerente com o posicionamento de Portugal na comunidade internacional, desde que Durão Barroso tomou posse. Todas as grandes decisões do país em matéria de Negócios Estrangeiros, aquelas que sinalizam a estratégia para médio prazo, apontam para Portugal ser um pequeno país seguidor, de forma intransigente e dogmática, das posições dos grandes.
Recorde-se o apoio à aventura norte-americana de luta anti-terrorista nos Açores. Recorde-se o voto de apoio à fragilização do Pacto de Estabilidade pelos franceses e alemães. Em resumo, Portugal anda sempre à boleia dos grandes, não marca a mínima diferença.
O voto do Governo Português tem uma face de indesculpável cinismo. O Governo Português não tem força, nem vontade, nem confiança em manter os esforços de consolidação orçamental. Por isso deu o seu contributo, safando os grandes, na esperança de, quando falhar, estes o safarem a ele.
Na verdade, um acordo de cavalheiros.
É coerente com o posicionamento de Portugal na comunidade internacional, desde que Durão Barroso tomou posse. Todas as grandes decisões do país em matéria de Negócios Estrangeiros, aquelas que sinalizam a estratégia para médio prazo, apontam para Portugal ser um pequeno país seguidor, de forma intransigente e dogmática, das posições dos grandes.
Recorde-se o apoio à aventura norte-americana de luta anti-terrorista nos Açores. Recorde-se o voto de apoio à fragilização do Pacto de Estabilidade pelos franceses e alemães. Em resumo, Portugal anda sempre à boleia dos grandes, não marca a mínima diferença.
O voto do Governo Português tem uma face de indesculpável cinismo. O Governo Português não tem força, nem vontade, nem confiança em manter os esforços de consolidação orçamental. Por isso deu o seu contributo, safando os grandes, na esperança de, quando falhar, estes o safarem a ele.
Na verdade, um acordo de cavalheiros.
2003-11-27
AUTOCARROS, BURACOS, ENGENHEIROS
Ciclicamente, próximo do solstício de Inverno, quando a chuva é mais frequente, surgem as críticas à construção em zonas de cheia. O desordenamento do território tem custos que ultrapassam o congestionamento do trânsito, a inexistência de estacionamentos, o desrespeito pelos afastamentos entre edifícios, a destruição do ambiente...
Afecta todos, em especial as classes baixa e média baixa
2003-11-24
Luís Delgado é muito factual, incrível e perturbadoramente factual.
A economia americana cresceu a uma taxa de 7,2% no 3º trimestre. Apesar de LD não o referir presumo que a taxa seja anualizada.
O INE apresentou inidicadores que apontam para a inversão da dinâmica de redução do produto na economia nacional.
Relembro as previsões EUROSTAT de Outubro para a economia portuguesa:
A todos nos alegra o fim da recessão. Estamos felizes por LD ter razão e a economia portuguesa previsivelmente crescer em 2003 e 2004. Pena é que a sua razão não seja maior (0,8; 1,0 e 2,0 estão um pouco longe de 7,2). E, já agora, extensível ao mercado de trabalho!
A economia americana cresceu a uma taxa de 7,2% no 3º trimestre. Apesar de LD não o referir presumo que a taxa seja anualizada.
O INE apresentou inidicadores que apontam para a inversão da dinâmica de redução do produto na economia nacional.
Relembro as previsões EUROSTAT de Outubro para a economia portuguesa:
2003 | 2004 | 2005 | |
Consumo Privado | -0,9 | 0,8 | 0,9 |
Consumo Público | -0,9 | -0,2 | 0,9 |
FBCF | -9,2 | 1,0 | 5,2 |
Exportações | 3,1 | 5,1 | 7,0 |
Importações | -2,9 | 3,9 | 5,5 |
PIB | 0,8 | 1,0 | 2,0 |
Taxa de inflação(IHPC) | 3,4 | 2,5 | 2,4 |
Taxa de emprego | -1,0 | -0,1 | 0,5 |
Taxa de desemprego | 6,6 | 7,2 | 7,3 |
A todos nos alegra o fim da recessão. Estamos felizes por LD ter razão e a economia portuguesa previsivelmente crescer em 2003 e 2004. Pena é que a sua razão não seja maior (0,8; 1,0 e 2,0 estão um pouco longe de 7,2). E, já agora, extensível ao mercado de trabalho!
2003-11-20
Educação e Ensino
Tenho dificuldade em encontrar a, certamente ténue, fronteira entre as duas palavras.
As opiniões acerca do Sistema de Ensino (Educação) são invariavelmente hipertrofiadoras das responsabilidades “DA ESCOLA” quando tudo resto falha. O problema dos incêndios, dos acidentes rodoviários, da limpeza das ruas, da droga, da deliquência juvenil, da... são questões culturais que só com a correcta educação dos cidadãos pode ser resolvida. Daqui o brilhante corolário de só na próxima geração estes problemas estarem resolvidos. Talvez porque então já não haja floresta para arder, automóveis para chocar, atmosfera para passear na rua, nem jovens para se intoxicarem e roubarem a avozinha que foi às compras.
Quando "A ESCOLA" falha saltamos para o outro extremo. E como podem as famílias confiar em instituições e profissionais irresponsáveis. Como podem as crianças crescer e tornarem-se cidadãos participativos e impolutos se o ambiente escolar é o que é. Não ensinam nada. Entrámos no facilitismo e no deixa andar.
A verdade estará no meio?
(na continuidade da opinião do avô do cidadão do mundo)
2003-11-19
Parcerias público-privadas
“(…) The P3 model is likely to significantly greater costs, diminished accountability, and a deterioration of the quality and the extent of universal service (...)”
The Canadian Centre for Policy Alternatives
O exercício de funções públicas por privados, mediante concessão, ou mesmo no âmbito de parcerias público-privadas, exige a elaboração, negociação, execução e acompanhamento de contratos de médio longo prazo, com uma complexidade apreciável. Pressupõe a confiança na possibilidade de ser desenhado um pacote de incentivos e remunerações que permita transferir o interesse público para o interesse do concessionário - e a correspondente transferência de riscos. O concessionário ao defender o seu próprio interesse (aumentar os seus rendimentos) agirá como se defendesse o interesse público.
Pressupõe-se que a actividade em causa é suficientemente conhecida, estável, previsível e mensurável de forma a, primeiro, quantificar e, depois, monetarizar o interesse público. Resulta que é mais directo e mais seguro entregar a privados a construção e exploração de uma auto-estrada do que a construção de hospital(financiamento, concepção e construção por privados) seguida da prestação de cuidados durante anos. A partilha de riscos e controlabilidade do cumprimento do caderno de encargos são muito mais evidentes no caso da auto-estrada.
A envolvente na prestação de cuidados de saúde é muito mais volátil que a das vias de transporte. O elevado ritmo de mudança tecnológica na saúde origina alterações significativas nas perspectivas, objectivos, necessidades e exigências a responder pelos prestadores de cuidados. A probabilidade de trabalhos a mais e alterações ao caderno de encargos, durante a execução do contrato é muito elevada. Acresce que pela grandiosidade dos investimento inicial (um hoospital custa sempre mais de 40 milhões de euros) a duração dos contratos tem de ser necessariamente grande. Caso contrário a parceria não garante a necesária rentabilidade do privado.
Nestes casos, de renegociação do caderno de encargos, o poder negocial do "parceiro privado" é muito grande.
O custo, a qualidade e universalidade dos cuidados de saúde não são indiferentes ao modelo institucional adoptado.
2003-11-17
Sónia
(Bosch, Hieronymus: The Garden of Earthly Delights)
O Jardim das Delícias é uma promessa terrível, porque como todos os paraísos justifica as maiores atrocidades.
(Bosch, Hieronymus: The Garden of Earthly Delights)
O Jardim das Delícias é uma promessa terrível, porque como todos os paraísos justifica as maiores atrocidades.
2003-11-16
Lei n.º 1/99, de 13 de Janeiro
Artigo 14.º
Deveres
Independentemente do disposto no respectivo código deontológico, constituem deveres fundamentais dos jornalistas:
a) Exercer a actividade com respeito pela ética profissional, informando com rigor e isenção;
b) Respeitar a orientação e os objectivos definidos no estatuto editorial do órgão de comunicação social para que trabalhem;
c) Abster-se de formular acusações sem provas e respeitar a presunção de inocência;
d) Não identificar, directa ou indirectamente, as vítimas de crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual, bem como os menores que tiverem sido objecto de medidas tutelares sancionatórias;
e) Não tratar discriminatoriamente as pessoas, designadamente em função da cor, raça, religião, nacionalidade ou sexo;
f) Abster-se de recolher declarações ou imagens que atinjam a dignidade das pessoas;
g) Respeitar a privacidade de acordo com a natureza do caso e a condição das pessoas;
h) Não falsificar ou encenar situações com intuitos de abusar da boa fé do público;
i) Não recolher imagens e sons com o recurso a meios não autorizados a não ser que se verifique um estado de necessidade para a segurança das pessoas envolvidas e o interesse público o justifique.
2003-11-15
2003-11-14
LOOSE LOOSE SITUATION
Depois de um atentado atingir directamente cidadãos portugueses, tornou-se muito complicado manter qualquer neutralidade construída de silêncio.
Antes que o sofrimento português se torne demasiado, e porque estou pessimista quanto ao número de baixas no contingente policial português, é altura de afirmar que concordo com a participação portuguesa.
Tal como concordo com qualquer intervenção internacional do país que tenha em vista a manutenção da paz ou da segurança, a estabilização de zonas sensíveis.
Porque precisamos que a nação árabe (que existe) sinta o apoio ocidental.
Porque é essencial limpar os estragos desta invasão insensata, mal preparada, cega e surda aos impactos de médio e longo prazo.
Porque é imprescindível reforçar as facções moderadas e liberais da nação árabe.
Porque é fundamental tirar a iniciativa aos falcões – ocidentais ou muçulmanos.
Porque todas as alternativas são piores.
2003-11-13
Guimarães Jazz 2003
Auditório da Universidade do Minho
13 Novembro - Quinta
Auditório da Universidade do Minho
GIANLUIGI TROVESI dirige uma orquestra (Ita)
14 Novembro – Sexta
Auditório da Universidade do Minho
DANILO PEREZ TRIO (EUA)
15 Novembro – Sábado
Auditório do complexo multifuncional de Couros às 17 horas
JORGE LIMA BARRETO, PALOLO IMPROMPTU (Por e UK)
15 Novembro – Sábado
Auditório da Universidade do Minho
1ª. Parte
MARTIAL SOLAL (Fra)
2ª Parte
ONJ (Fra)
16 Novembro - Domingo
Auditório do complexo multifuncional de Couros às 17 horas
MATT WILSON QUARTETO (EUA)
20 Novembro – Quinta
Auditório da Universidade do Minho
ANTHONY BRAXTON QUARTETO (EUA)
21 Novembro – Sexta
Auditório da Universidade do Minho
RANDY WESTON TRIO (EUA)
22 Novembro – Sábado
Auditório da Universidade do Minho
BOBBY HUTCHERSON QUARTETO (EUA)
detalhes na
2003-11-12
Fiz o teste. O resultado foi:
You are Agent Smith, from "The Matrix."
No one would ever want to run into you in a
dark alley. Cold as steel, tough as a rock,
things are your way or the highway.
What Matrix Persona Are You?
brought to you by Quizilla
You are Agent Smith, from "The Matrix."
No one would ever want to run into you in a
dark alley. Cold as steel, tough as a rock,
things are your way or the highway.
What Matrix Persona Are You?
brought to you by Quizilla
Roubado em Aviz
«Existe ainda outra forma
de classificar a noite,
diz-se que é a plataforma
da vinda áspera do coiote.»
Para onde vão os impostos?
Fernando Madrinha põe o dedo na ferida: a relação entre o imposto pago e o benefício recebido pelo cidadão. A ligação entre o cidadão e o Estado depende de um nível mínimo de confiança, de acordos implícitos aceites por uma larguíssima maioria. Este contrato exige uma gestão cuidadosa das expectativas dos cidadãos. A instabilidade dos direitos do cidadão compromete a valorização do contrato social.
Até onde pode ir a diminuição da comparticipação estatal em diversos serviços, considerados públicos e aceites como essenciais, é uma questão premente.
Quando é que a diminuição do peso e da função do Estado Providência vai prejudicar a coesão da sociedade é uma pergunta fundamental.
(ler no Diário Digital crónica de Fernando Madrinha)
2003-11-07
Rui Rio
Não votei nele, não podia e mesmo se pudesse provavelmente não votaria.
Nem me parece grande presidente da câmara.
Mas quanto ao seu discurso sobre o futebol, sempre o achei surpreendentemente lúcido e claro. Por isso tornou-se num caso raro na política portuguesa, o que valoriza como político.
E os espécimes raros merecem, pelo menos, o nosso respeito.
ANA SÁ LOPES confirmou esta sensação de desconforto sempre que penso na ligação entre futebol e política. A minha concordância é total!
FAZ FALTA AVALIAR OS RESULTADOS DE TODO O ESFORÇO NACIONAL NA CONSTRUÇÃO DE DEZ ESTÁDIOS.
2003-11-06
Delírio
2. Outro protesto interessante, que passou quase despercebido, foi a eleições de dois governadores republicanos em dois estados tradicionalmente democratas: o Mississipi e o Kentucky. Não acontecia desde os anos 60, e foi um voto de protesto na governação dos democratas. Será um sinal para as presidenciais?
(Luís Delgado no Diário Digital)
Temos uma tendência mundial. Uma vaga de fundo... imparável!
Fica-me a dúvida?
SERÁ ESTE MAIS UM DOS SINAIS DA RETOMA DA ECONOMIA PORTUGUESA?
Presidente do BCE vê sinais de retoma nas economias da Zona Euro
(título no Público)Todas as previsões apontam para o reinício, suave, do crescimento económico nas economias europeias.
Em particular cá em Portugal, esta suavidade é notória (ver previsões da UE que publiquei na posta abaixo).
A evolução das componentes da despesa faz-nos adivinhar uma recomposição das componentes do rendimento cada vez mais desfavorável para aqueles provenientes do trabalho em prol dos outros factores produtivos. Veja-se o crescimento do desemprego e a corrrespondente "anemia" no crescimento do emprego.
O desemprego cíclico decorre, na demora do arranque da sua recuperação, da sub-utilização da capacidade instalada das empresas. Eventuais aumentos de procura são rapidamente acomodados com os recursos existentes, mediante uma sua maior taxa de utilização. Daí a baixa na taxa de inflação.
Em parte o crescimento do desemprego também é estrutural - por inadequação entre as competências necessárias e as existentes no mercado. Os baixos níveis de literacia e de competências técnicas justificam-no. Neste ponto há uma opção política a fazer: qual a solução para os trabalhadores cujo capital de competências é cada vez menos procurado?
Duas perspectivas:
1- Subsídio de Desemprego mais Reforma Antecipada ou
2- Formação mais Política de Desenvolvimento dirigida a sectores de nível tecnológico adequado ao mercado de trabalho português. Não é só com indústrias de ponta que uma economia cresce!
O aumento do desemprego estrutural tem implicações preocupantes nas finanças públicas. Acresce ao envelhecimento da população como causa da cada vez maior necessidade de apoio social às populações. A médio prazo a pressão na despesa pública será enorme.
Voltando à afirmação do novo Presidente do BCE, é de realçar que os sinais de retoma não obrigam à subida das taxas de juro.
2003-11-03
DOCAPESCA
Mais um exemplo de quanto o Estado prejudica os negócios quando excede o simples exercício das funções de soberania, a saber: a garantia da segurança, da estabilidade dos contratos e do direito de propriedade. O Estado Português decidiu abusivamente encerrar uma infra-estrutura fundamental para o exercício da actividade das empresas, gorando as expectativas de investidores do sector. Assim não há mão invisível que resista!
Miguel , João, e restantes ilustres elementos da UBL:
Dou a mão à palmatória: viva o liberalismo!
2003-10-29
Cenário Macroeconómico
Publicado na TSF online
2003 | 2004 | 2005 | |
Consumo Privado | -0,9 | 0,8 | 0,9 |
Consumo Público | -0,9 | -0,2 | 0,9 |
FBCF | -9,2 | 1,0 | 5,2 |
Exportações | 3,1 | 5,1 | 7,0 |
Importações | -2,9 | 3,9 | 5,5 |
PIB | 0,8 | 1,0 | 2,0 |
Taxa de inflação(IHPC) | 3,4 | 2,5 | 2,4 |
Taxa de emprego | -1,0 | -0,1 | 0,5 |
Taxa de desemprego | 6,6 | 7,2 | 7,3 |
Publicado na TSF online
Áreas Protegidas
Negando as palavras do seu Ministro das Cidades, do Ordenamento do Território e do Ambiente, o Sr. Primeiro-Ministro afirmou, em Luanda, que nunca tinha sido colocada a hipótese, em concreto, de transferir competências do ICN para a Secretaria de Estado das Florestas.
Simultaneamente, mas em Lisboa, o Sr. Ministro da Agricultura esclarece que a hipótese em causa só abrangia as competências directamente ligadas às florestas. Uma elegante falácia, que aplicada extensivamente justificaria um absurdo como a transferência para Secretaria de Estado Indústria, Comércio e Serviços de competências do ICN, mas só aquelas directamente ligadas à Indústria, Comércio e Serviços.
Esqueçamos a aparente contradição entre as palavras de Durão Barroso e de Sevinate Pinto.
Não esqueçamos é o óbvio ultimato do Sr. Ministro Theias: ou as competências ou eu! As suas críticas são estranhamente contundentes para um elemento do Executivo, principalmente quando vem a público qualificar esta recomposição de poderes de “retrocesso civilizacional”.
Neste ponto fica-nos a pergunta se Durão irá ou não demitir Theias.
Se o Ministro do Ambiente for demitido saberemos então que este folhetim não passou de uma reacção despropositada e exagerada de Theias.
Se não for demitido temos duas hipóteses:
- Durão Barroso não encontra quem o substitua,
- há realmente planos para esvaziar o ICN e subalternizar a política ambiental a políticas de desenvolvimento não sustentado. Mantém-se a continuada violação dos princípios de gestão do território, dos recursos naturais e da protecção ambiental. Sempre se pode ajustar o não cumprimento das metas de Kyoto a países mediante transferências financeiras a países que o tenham feito - uma simples aquisição de direitos de poluir.
Na segunda alternativa o esclarecimento do Sr. Primeiro-Ministro não terá primado pela clareza.
Mais um caso da extrema instabilidade interna do XV Governo Constitucional.
2003-10-27
Reportagem da TVI acerca do assassínio de uma menina alegadamente pelo pai que também a terá violado: “Agora sobre o crime horrendo (…)”.
Será que já não sabemos avaliar e classificar os factos, já não temos bitola moral e ética? Precisamos tanto do guia normalizador de reacções?
"Olhem! AGORA É SOBRE CRIME E É UM HORRENDO! FIQUEM HORRORISADOS!"
Obrigado, mas dispenso tanto adjectivo! Informem-me por favor!
Será que já não sabemos avaliar e classificar os factos, já não temos bitola moral e ética? Precisamos tanto do guia normalizador de reacções?
"Olhem! AGORA É SOBRE CRIME E É UM HORRENDO! FIQUEM HORRORISADOS!"
Obrigado, mas dispenso tanto adjectivo! Informem-me por favor!
1. Houve violação do segredo de justiça no processo de instrução “Casa Pia”
2. Há responsável pelo processo.
3. Alguém fez constar o teor de algumas peças processuais.
4. O Sr. Procurador deve procurar saber quem foi, e indicar essa pessoa para processo disciplinar.
5. Caso contrário é ele o responsável!
Ou não?
2. Há responsável pelo processo.
3. Alguém fez constar o teor de algumas peças processuais.
4. O Sr. Procurador deve procurar saber quem foi, e indicar essa pessoa para processo disciplinar.
5. Caso contrário é ele o responsável!
Ou não?
2003-10-23
2003-10-22
Comunicação do Presidente da República
21 de Outubro de 2003
Portugueses,
A administração da Justiça é uma função essencial do Estado, que tem de exercer-se num quadro de serenidade e de confiança.
Serenidade e confiança nas instituições judiciais e nos procedimentos que aplicam, serenidade e confiança nas pessoas investidas na função de fazer Justiça.
E isto é tanto mais necessário quanto mais graves forem as questões a julgar e quanto maior for a inquietação que elas possam gerar na comunidade.
É por isso que os apressados julgamentos de opinião pública são a pior maneira de procurar a Justiça; e é também por isso que se impõe encontrar um ponto de equilíbrio entre, por um lado, as legítimas exigências de informação e o escrutínio democrático da Justiça que ela ajuda a viabilizar, e, por outro, a garantia de um julgamento célere e equitativo, no local próprio - que são os tribunais e só eles.
Ao Presidente da República cabe zelar pelo regular funcionamento das instituições.
E por isso tem vindo a lembrar princípios essenciais que visam assegurar que o processo penal e a investigação criminal, que o serve, só estão de um lado - o da Justiça; e que estar do lado da Justiça exige que se protejam, com igual empenho, os direitos das vítimas e os direitos dos arguidos, para que à desgraça de não termos sabido cuidar das crianças que nos foram confiadas se não venha somar a desgraça de não termos feito Justiça, ou de termos ficado indesculpavelmente aquém, ou ao lado, na punição dos que delas criminosamente abusaram.
Desses princípios essenciais fazem parte a presunção de inocência; a lealdade processual; o uso ponderado e proporcional de poderes e de medidas, sobretudo quando, como a prisão preventiva, restringem direitos e liberdades fundamentais; a observância do segredo de Justiça, para a indispensável reserva das investigações e para a protecção do bom nome das pessoas.
No exercício das suas funções, o Presidente da República está na posição singular de ter direito a toda a informação necessária e legítima, e de nessa posição se relacionar com todos os órgãos do Estado e seus titulares.
Mas porque assim é, está fora de questão - e os Portugueses que me elegeram duas vezes bem o sabem - que o Presidente da República pudesse usar tal informação ou aproveitar tais relações para fins menos legítimos, designadamente - que fique bem claro- para obstruir ou influenciar a marcha da Justiça.
Posto isto, é tempo de ordenar prioridades e de não esgotar o empenho cívico dos portugueses em questões que, por mais decisivas que sejam - e são - para a moralidade colectiva, representam apenas uma parte do país que há para construir.
A ultrapassagem dos bloqueios do desenvolvimento e das crónicas deficiências estruturais constitui uma indeclinável prioridade do Governo. E essa ultrapassagem exige a mobilização de todos os Portugueses.
Defrontamo-nos, além disso, com um reordenamento estratégico e crucial da União Europeia, que irá influenciar a sua evolução, e projectar-se, assim, nas expectativas e interesses de Portugal, como Estado membro, e dos seus cidadãos.
A Justiça, em geral, e não apenas um processo, aguarda a reforma que agilize o sistema e o torne, finalmente, célere e equitativo.
Perante tudo isto - que é muito, e que é o essencial dos desafios que nos estão colocados - não faz qualquer sentido que as prioridades e preocupações dos portugueses continuem a ser, diariamente, secundarizadas, por uma qualquer novela judiciária, tantas vezes com criminosa e despudorada violação do segredo de Justiça, que não pode, naturalmente, ficar impune.
Novela judiciária que nos distrai de todas as outras preocupações e projectos, igualmente essenciais, e acaba por constituir, no alarido criado, entrave de monta a uma administração da Justiça que convença pela sua equidade, pelo seu equilíbrio e pela sua serenidade.
É isso que é próprio de uma nação que administra Justiça há muitos séculos, que se revê nas virtudes e nas capacidades que a trouxeram ao século XXI, e que não se deixa vencer pelo desânimo e apatia colectivas só porque no percurso da modernidade há males antigos a combater.
Por mais doloroso que seja este tempo, façamos dele um tempo de esperança.
no site da PR
2003-10-01
Recebi esta mensagem:
Saiu no passado Sábado, na revista Única do Expresso, um artigo de Luísa Schmidt a alertar para a degradação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Em resumo fala-se de áreas que se pretendem desanexar da reserva natural (para promoção, contrução imobiliária e turismo), da inexistência de políticas destinadas às populações residentes em zonas protegidas e da incuria do Estado.
Por tudo isto corre na Net uma petição ao ministro do Ambiente para recordar o Estado dos direitos dos cidadãos.
Seria bom que em vez de chorar sobre leite derramado (tal como na vaga de incêndios), a sociedade civil agisse a tempo e horas e fizesse valer a sua posição. Não queremos outro Algarve. Queremos?
Já assinei.
Saiu no passado Sábado, na revista Única do Expresso, um artigo de Luísa Schmidt a alertar para a degradação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Em resumo fala-se de áreas que se pretendem desanexar da reserva natural (para promoção, contrução imobiliária e turismo), da inexistência de políticas destinadas às populações residentes em zonas protegidas e da incuria do Estado.
Por tudo isto corre na Net uma petição ao ministro do Ambiente para recordar o Estado dos direitos dos cidadãos.
Seria bom que em vez de chorar sobre leite derramado (tal como na vaga de incêndios), a sociedade civil agisse a tempo e horas e fizesse valer a sua posição. Não queremos outro Algarve. Queremos?
Já assinei.
2003-09-29
SILÊNCIO
JPP continua a zurzir nas formas escolhidas pelos estudantes para protestar contra o aumento das propinas.
Não sei porquê, mas há alguma coisa que me diz ao ouvido, algum grilo transviado, que deve haver um traço esquisito num engenheiro de sistemas, num físico nuclear, num bioquímico, que não se importa de andar na rua, em público (que horror!), vestido de “estudante” oitocentista, na altura do varapau, das rixas, das esperas, dos bordéis canalhas, da contínua bebedeira, e, ainda pior horror, da poesia ultra-romântica.
Quanto ao conteúdo: um completo SILÊNCIO.
Contra factos…
Na sequência do meu comentário de 26-09 às recentes notícias sobre fraudes financeiras no Eurostat, Miguel esclareceu-me que:
Segundo os relatórios das entidades fiscalizadoras estas práticas podem ter-se continuado a verificar depois de 1999.
Agradeço a informação de possivelmente continuarem as más práticas. Aqui me penitencio e deixo o meu pedido de desculpas pela falta de rigor. Humildemente me curvo.
Mantenho que a publicação destes factos (ou da sua possibilidade) está ligada à actual conjuntura política italiana: Prodi será o opositor de Berlusconi para a próxima Presidência do Conselho em Itália. Ou será que ainda conseguem eliminá-lo à partida?
2003-09-26
Caro Kay,
O funcionamento ideal da democracia exige uma lista infindável de requisitos, entre os quais “estabilidade, riqueza e hábitos de liberdade (de discussão crítica, de debate livre)”. Concordo e aplaudo.
Mas, nesta perspectiva, democracia é aquele estranho e raro regime dos cidadãos livres ricos e desocupados de Atenas – sem escravos. Ou numa hipotética Inglaterra do século XIX – sem classe trabalhadora e sem sindicatos. Mas a política e a vida pública não são um jogo de diletantes ligeiramente entediados com esta súmula de reacções químicas que chamamos vida.
É a sério! Implica risco.
A Índia é uma democracia? E Moçambique? E o Brasil? E a Indonésia?
No caso do Iraque o terreno é ainda mais escorregadio. Pelo que pouco sei não existe nenhum movimento de matriz democrática, ou moderada e tolerante, na sociedade Iraquiana. Os ideais agregadores têm origem religiosa e étnica. Corre-se o risco de os populismos nacionalistas e/ou fundamentalistas considerem a democracia enquanto ganharem eleições. No dia em que saírem resultados os perdedores vão logo vilipendiar o processo. Vão dizer que as eleições foram manobradas, e que a democracia não se adapta à cultura iraquiana. Que foi uma falsificação imposta pelo opressor!
Por outro lado, pergunto-me se a potência administrante do território aceita correr o risco de ver os fundamentalistas chegarem ao poder por via democrática.
Cumprimentos,
Pepe
PS: Obrigado pelo iluminante comentário que me obrigou a aprofundar a minha opinião.
O funcionamento ideal da democracia exige uma lista infindável de requisitos, entre os quais “estabilidade, riqueza e hábitos de liberdade (de discussão crítica, de debate livre)”. Concordo e aplaudo.
Mas, nesta perspectiva, democracia é aquele estranho e raro regime dos cidadãos livres ricos e desocupados de Atenas – sem escravos. Ou numa hipotética Inglaterra do século XIX – sem classe trabalhadora e sem sindicatos. Mas a política e a vida pública não são um jogo de diletantes ligeiramente entediados com esta súmula de reacções químicas que chamamos vida.
É a sério! Implica risco.
A Índia é uma democracia? E Moçambique? E o Brasil? E a Indonésia?
No caso do Iraque o terreno é ainda mais escorregadio. Pelo que pouco sei não existe nenhum movimento de matriz democrática, ou moderada e tolerante, na sociedade Iraquiana. Os ideais agregadores têm origem religiosa e étnica. Corre-se o risco de os populismos nacionalistas e/ou fundamentalistas considerem a democracia enquanto ganharem eleições. No dia em que saírem resultados os perdedores vão logo vilipendiar o processo. Vão dizer que as eleições foram manobradas, e que a democracia não se adapta à cultura iraquiana. Que foi uma falsificação imposta pelo opressor!
Por outro lado, pergunto-me se a potência administrante do território aceita correr o risco de ver os fundamentalistas chegarem ao poder por via democrática.
Cumprimentos,
Pepe
PS: Obrigado pelo iluminante comentário que me obrigou a aprofundar a minha opinião.
N' O Intermitente tomo conhecimento que:
Notícias de 2003 confirmam notícias de 1999: antes de 1999 houve "Fraude no Eurostat". Prodi ficou embaraçado.
Prodi ficou embaraçado por factos ocorridos no mandato do seu antecessor!? Factos esses que foram a razão da sua destituição e, indirectamente, da nomeação de Prodi? Não entendi o embaraço.
Será por Prodi ser um político italiano de esquerda que faz sombra a Berlusconi?
Será por Prodi ser o candidato natural da esquerda para a Presidência do Conselho, em Itália?
Notícias de 2003 confirmam notícias de 1999: antes de 1999 houve "Fraude no Eurostat". Prodi ficou embaraçado.
Prodi ficou embaraçado por factos ocorridos no mandato do seu antecessor!? Factos esses que foram a razão da sua destituição e, indirectamente, da nomeação de Prodi? Não entendi o embaraço.
Será por Prodi ser um político italiano de esquerda que faz sombra a Berlusconi?
Será por Prodi ser o candidato natural da esquerda para a Presidência do Conselho, em Itália?
2003-09-25
Na Index on Censorship:
"Can a US imposed 'democracy' in Iraq prosper, while western governments mortgage the country's oil wealth to pay for a reconstruction they do not want to fund themselves? Can it survive when the implicit slogan for international relations is 'might is right'?" Abdul Mohammed & Alex de Waal provide a little clarity from a African perspective. The world, they warn, has reason to listen to Africa's hard-learned lessons that peace, democracy and development cannot be imposed by might.
Façamos uma viagem ao futuro.
Consideremos o cenário de democracia no Iraque.
Consideremos que foram cumpridas as etapas do Sr. Chirac.
Consideremos que os diáfanos movimentos democráticos do Iraque constituem base social de apoio suficiente a um regime político tolerante e respeitador das liberdades fundamentais.
Consideremos que a democracia iraquiana será um farol de esperança para os muçulmanos.
Quem ganha as primeiras eleições democráticas no Iraque? E se o vencedor não agradar ao Ocidente?
"Can a US imposed 'democracy' in Iraq prosper, while western governments mortgage the country's oil wealth to pay for a reconstruction they do not want to fund themselves? Can it survive when the implicit slogan for international relations is 'might is right'?" Abdul Mohammed & Alex de Waal provide a little clarity from a African perspective. The world, they warn, has reason to listen to Africa's hard-learned lessons that peace, democracy and development cannot be imposed by might.
Façamos uma viagem ao futuro.
Consideremos o cenário de democracia no Iraque.
Consideremos que foram cumpridas as etapas do Sr. Chirac.
Consideremos que os diáfanos movimentos democráticos do Iraque constituem base social de apoio suficiente a um regime político tolerante e respeitador das liberdades fundamentais.
Consideremos que a democracia iraquiana será um farol de esperança para os muçulmanos.
Quem ganha as primeiras eleições democráticas no Iraque? E se o vencedor não agradar ao Ocidente?
2003-09-24
Ainda o aumento das propinas!
Lembro-me que as propinas foram aumentadas quando andava na faculdade. Tal como agora o objectivo era financiar o investimento na melhoria das condições de ensino nas Universidades e concentrar o subsídio público nos estudantes que mais precisassem de apoio. Que pagasse quem podia! A propina era calculada com base no rendimento do agregado familiar. Pretendia o sistema ser um modo de discriminação positiva concentrando o esforço público no apoio aos cidadãos com reais necessidades.
O esquema teve uma enorme fragilidade, a base informacional na determinação do rendimento do agregado, na altura generalizadamente manipulada, a declaração anual do IRS.
Lembro-me de um colega meu que ficou isento de propinas, naturalmente porque fazia parte do grupo das famílias com menores rendimentos. Conduzia um Peugeot 205 RALLY! Coisas do passado, a manipulação das declarações dos rendimentos e a evasão fiscal.
Espero que na sua aplicação prática não seja, novamente, a perversão dos seus objectivos, reduzindo-se a um modo expedito de minorar o esforço público no financiamento das Universidades.
Lembro-me que as propinas foram aumentadas quando andava na faculdade. Tal como agora o objectivo era financiar o investimento na melhoria das condições de ensino nas Universidades e concentrar o subsídio público nos estudantes que mais precisassem de apoio. Que pagasse quem podia! A propina era calculada com base no rendimento do agregado familiar. Pretendia o sistema ser um modo de discriminação positiva concentrando o esforço público no apoio aos cidadãos com reais necessidades.
O esquema teve uma enorme fragilidade, a base informacional na determinação do rendimento do agregado, na altura generalizadamente manipulada, a declaração anual do IRS.
Lembro-me de um colega meu que ficou isento de propinas, naturalmente porque fazia parte do grupo das famílias com menores rendimentos. Conduzia um Peugeot 205 RALLY! Coisas do passado, a manipulação das declarações dos rendimentos e a evasão fiscal.
Espero que na sua aplicação prática não seja, novamente, a perversão dos seus objectivos, reduzindo-se a um modo expedito de minorar o esforço público no financiamento das Universidades.
Enviada por de quem tudo prezo, recebi cópia da seguinte posta no Abrupto:
Fardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra - os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer "estes são os livros que não posso comprar". Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.
Para além disso, o tamanho da pilha mostra o valor ridículo do que teriam que pagar.
JPP critica aprofundadamente a forma do protesto dos estudantes. Curiosamente a análise do seu conteúdo resume-se a uma alusão ao “valor ridículo” das propinas.
O protesto dos dirigentes académicos foi infeliz na forma. O valor a pagar, não sendo ridículo, será bastante suportável pela maioria das famílias dos alunos.
Apesar de ter alguma resistência a qualificar de ridículo os valores das propinas que outros irão pagar - de finanças cada um sabe das suas - tenho de concordar com as palavras de JPP. E já somos dois!
Fardados de estudantes, meia dúzia de dirigentes académicos de Coimbra foram entregar uma pilha de papel higiénico, equivalente ao valor das propinas que recusam pagar, em frente ao Ministério do Ensino Superior. É um bom retrato de como está a Universidade de Coimbra - os estudantes revêem-se elegantemente no papel higiénico como metáfora. Não lhes passa pela cabeça levar uma pilha de livros e dizer "estes são os livros que não posso comprar". Mas não. Eles acham que são irreverentes e engraçadinhos sendo ordinários, e esquecem-se que, no que deixam, se retratam a si próprios.
Para além disso, o tamanho da pilha mostra o valor ridículo do que teriam que pagar.
JPP critica aprofundadamente a forma do protesto dos estudantes. Curiosamente a análise do seu conteúdo resume-se a uma alusão ao “valor ridículo” das propinas.
O protesto dos dirigentes académicos foi infeliz na forma. O valor a pagar, não sendo ridículo, será bastante suportável pela maioria das famílias dos alunos.
Apesar de ter alguma resistência a qualificar de ridículo os valores das propinas que outros irão pagar - de finanças cada um sabe das suas - tenho de concordar com as palavras de JPP. E já somos dois!
2003-09-23
Amin Maalouf: Os jardins de luz
Conta a história de Mani – profeta da tolerância de etnia parta sob a dominação do império dos sassânidas. Conta a história da vitória da intolerância religiosa, da guerra. Descreve o choque de religiões: entre o cristianismo nascente, o zoroastrismo e o budismo.
O autor - libanês, com família árabe-católica – escreveu o livro em 1991, já o Líbano estava destruído.
Absolutamente actual.
2003-09-22
Relatório do Desenvolvimento Mundial 2004
(rascunho)
Prover os pobres de serviços básicos.
Os serviços básicos: saúde, educação, água - faltam aos mais pobres.
Isto significa uma falha dos Estados em servir, equitativamente, os interesses dos seus cidadãos.
Significará a falência dos estado providência? A alternativa é a iniciativa privada? O mercado? As ONG's?
É, decerto, um desafio.
2003-09-19
Com "A moda dos blogs", a siconline não podia ter encontrado melhor representante para a blogosfera: o blogue maravilha, que abruptamente foi apelidado de desinformação. Aquele que muita alma jurou não ler, não mencionar, não conhecer, t’arrenego Satanás!
Entrevistado o responsável pelo site, devidamente protegido pelo anonimato das fontes jornalísticas, e citado na siconline:
"O primeiro documento onde o GOVD (Grupo Operacional de Vigilância Democrática) se dava a conhecer, chegou-me, como todo o restante material, por carta, sem remetente. (…) como não sabia o que fazer com aquilo e como os blogues estão na moda, resolvi ir transcrevendo o que me fosse chegando para o (…)”
Fiquei a saber que o autor da prosa não é o responsável pelo site - um mero testa de ferro.
O Testa de Ferro afirma que não conhece o autor dos textos. Testa de Ferro que o jornalista conhece mas não identifica quem é, por anonimato da fonte. Muito conveniente, quando:
1. ou tudo o que é afirmado é verdade e consta do processo Casa Pia e estamos perante mais uma violação do segredo de justiça;
2. ou tudo o que é afirmado é verdade e não consta do processo. Então o autor não presta declarações às autoridades e fá-las constar? Porquê? E sendo verdade porque é que a primeira vez que aparece na imprensa é de este modo enviezado e turtuoso?
3. ou tudo o que é afirmado é mentira e a siconline acabou de dar relevo a quem não o merece.
Eventualmente com tantas ou mais dúvidas no seu íntimo quanto as minhas, o TESTA continua afirmando, não lhe venha o boomerang acertar na mona:
"Porque acho perigoso vir a pagar por uma coisa que não é da minha responsabilidade. Se viessem a perguntar-me quem está por trás disto teria de responder. Não sei. E embora respondesse com verdade, ninguém acreditaria".
Desculpe Sr. Testa Fonte Anónima, mas não foi a sua mãozinha que no seu ratito fez clique em “Publish”? OU foi uma presença que desceu em si?
E termino perplexo: qual foi o critério jornalístico para a publicação de "A moda dos blogs"?
Entrevistado o responsável pelo site, devidamente protegido pelo anonimato das fontes jornalísticas, e citado na siconline:
"O primeiro documento onde o GOVD (Grupo Operacional de Vigilância Democrática) se dava a conhecer, chegou-me, como todo o restante material, por carta, sem remetente. (…) como não sabia o que fazer com aquilo e como os blogues estão na moda, resolvi ir transcrevendo o que me fosse chegando para o (…)”
Fiquei a saber que o autor da prosa não é o responsável pelo site - um mero testa de ferro.
O Testa de Ferro afirma que não conhece o autor dos textos. Testa de Ferro que o jornalista conhece mas não identifica quem é, por anonimato da fonte. Muito conveniente, quando:
1. ou tudo o que é afirmado é verdade e consta do processo Casa Pia e estamos perante mais uma violação do segredo de justiça;
2. ou tudo o que é afirmado é verdade e não consta do processo. Então o autor não presta declarações às autoridades e fá-las constar? Porquê? E sendo verdade porque é que a primeira vez que aparece na imprensa é de este modo enviezado e turtuoso?
3. ou tudo o que é afirmado é mentira e a siconline acabou de dar relevo a quem não o merece.
Eventualmente com tantas ou mais dúvidas no seu íntimo quanto as minhas, o TESTA continua afirmando, não lhe venha o boomerang acertar na mona:
"Porque acho perigoso vir a pagar por uma coisa que não é da minha responsabilidade. Se viessem a perguntar-me quem está por trás disto teria de responder. Não sei. E embora respondesse com verdade, ninguém acreditaria".
Desculpe Sr. Testa Fonte Anónima, mas não foi a sua mãozinha que no seu ratito fez clique em “Publish”? OU foi uma presença que desceu em si?
E termino perplexo: qual foi o critério jornalístico para a publicação de "A moda dos blogs"?
O nome élfico do meu amor: Eámanë Inglorion
O nome hobbit do meu amor: Bramblerose Chubb-Baggins of Pincup
O nome hobbit do meu amor: Bramblerose Chubb-Baggins of Pincup
2003-09-18
Carox escreveu, eu cito:
"Hoje recebi um email com a mensagem que a seguir transcrevo.
Quantas vezes fazemos coisas sem pensar, só porque sim.
COMO NASCE UM PARADIGMA
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.
Depois de algum tempo, quando um macaco tentava subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.
Chegou a um ponto que nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
A primeira coisa que o novo macaco fez foi subir a escada sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram.
Depois de algumas sovas, o novo membro do grupo já não subia a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo aconteceu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na sova ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foram substituídos.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
”Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...”
De vez em quando, devemo-nos questionar porque fazemos algumas coisas sem pensar.
"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO"
(Albert Einstein)
Pensem nisso !!! ORA ESTA ...""
"Hoje recebi um email com a mensagem que a seguir transcrevo.
Quantas vezes fazemos coisas sem pensar, só porque sim.
COMO NASCE UM PARADIGMA
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.
Depois de algum tempo, quando um macaco tentava subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.
Chegou a um ponto que nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
A primeira coisa que o novo macaco fez foi subir a escada sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram.
Depois de algumas sovas, o novo membro do grupo já não subia a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo aconteceu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na sova ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foram substituídos.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
”Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...”
De vez em quando, devemo-nos questionar porque fazemos algumas coisas sem pensar.
"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO"
(Albert Einstein)
Pensem nisso !!! ORA ESTA ...""
Portugal vive à beira-mar de costas voltadas para o interior.
Estranho este país, com todo o seu território a menos de 400Km do mar e tem interior. Mas tem-no. Brutalmente. Só que o interior português é social, económico, político, demográfico e cultural, nunca geográfico.
O interior português é tão interior que quando avançamos ainda mais para o interior passamos a fronteira e chegámos a outro litoral!
É esquecimento e abandono.
Fernando Madrinha considera-o uma derrota nacional. Eu também.
E acrescento: todas as medidas estruturais neste país favoreceram o litoral. Veja-se a actual divisão administrativa do país, a que verdadeiramente conta, as Regiões Plano. As que determinam a distribuição dos Fundos Comunitários.
Aveiro é igual à Guarda. Leiria a Castelo Branco. Porto e Braga a Vila Real e Bragança.
Está tudo dito. Os litorais desenvolvidos das regiões atrasadas absorvem a maioria dos Fundos Estruturais. Aprofunda-se o fosso intra-regional.
E a regionalização?
2003-09-16
No Público:
Não se pode afirmar que o FMI seja uma instituição com posições laxistas no campo de política macro-económica, principalmente orçamental. Por isso mesmo esta afirmação do seu director, Sr. Horst Koelher, ganha ainda mais impacto.
Lembre-se o seguinte: o défice em si tem o significado que tem! É a diferença, quando negativa, entre receitas e despesas.
Nas minhas finanças pessoais, há meses em que entro em défice, outros com superávite. O que me interessa é ter um percurso financeiro sustentável, de modo a não entrar em ruptura. Em momentos de necessidade entro alegremente em défice, compensando-o com superávites anteriores e posteriores. Esforço-me por não ser insistentemente deficitário para que os meus financiadores externos: família, amigos, bancos; confiem que eu vá pagar.
Para isso servem as políticas de contenção dos défices públicos. Para os financiadores acreditarem na sustentabilidade das finanças públicas. Os 3% e as sanções constituem um sinal para o exterior, como garantia de que os países EURO terão uma gestão cautelosa das finanças públicas.
No momento em que os membros nucleares da União: França e Alemanha; explicitamente afirmam que não cumprirão os limites impostos, o Pacto perdeu toda a credibilidade.
Por isso o Sr. Horst Koelher, director do FMI, põe o foco na implementação de políticas poupadoras no médio prazo, que garantam percursos financeiros sustentáveis e credíveis.
Para isso o défice deve ser ajustado à conjuntura.
Por isso o Estado Português, como seguidor no quadro da UE, irá flexibilizar a sua gestão orçamental. Resta saber quando e por quem.
E resta saber se implementará as medidas estruturais aconselhadas pelo Sr. Koelher.
Fundo Monetário Internacional sugere flexibilidade do Pacto de Estabilidade
Não se pode afirmar que o FMI seja uma instituição com posições laxistas no campo de política macro-económica, principalmente orçamental. Por isso mesmo esta afirmação do seu director, Sr. Horst Koelher, ganha ainda mais impacto.
Lembre-se o seguinte: o défice em si tem o significado que tem! É a diferença, quando negativa, entre receitas e despesas.
Nas minhas finanças pessoais, há meses em que entro em défice, outros com superávite. O que me interessa é ter um percurso financeiro sustentável, de modo a não entrar em ruptura. Em momentos de necessidade entro alegremente em défice, compensando-o com superávites anteriores e posteriores. Esforço-me por não ser insistentemente deficitário para que os meus financiadores externos: família, amigos, bancos; confiem que eu vá pagar.
Para isso servem as políticas de contenção dos défices públicos. Para os financiadores acreditarem na sustentabilidade das finanças públicas. Os 3% e as sanções constituem um sinal para o exterior, como garantia de que os países EURO terão uma gestão cautelosa das finanças públicas.
No momento em que os membros nucleares da União: França e Alemanha; explicitamente afirmam que não cumprirão os limites impostos, o Pacto perdeu toda a credibilidade.
Por isso o Sr. Horst Koelher, director do FMI, põe o foco na implementação de políticas poupadoras no médio prazo, que garantam percursos financeiros sustentáveis e credíveis.
Para isso o défice deve ser ajustado à conjuntura.
Por isso o Estado Português, como seguidor no quadro da UE, irá flexibilizar a sua gestão orçamental. Resta saber quando e por quem.
E resta saber se implementará as medidas estruturais aconselhadas pelo Sr. Koelher.
2003-09-15
Recebi um mail que merece ser citado:
Afinal não é todos os dias que um brasileiro dá uma forte e educada nos americanos...
Durante um debate numa Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
Um jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta, de um humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque: "De facto, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.
Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado.
Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano.
Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito sentido, um milionário japonês, decidir enterrar com ele, um quadro de um grande mestre.
Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países, tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.
Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade, assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife,Lisboa, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA tem defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir a escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa.
Só nossa!
Afinal não é todos os dias que um brasileiro dá uma forte e educada nos americanos...
Durante um debate numa Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
Um jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta, de um humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque: "De facto, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.
Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado.
Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano.
Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito sentido, um milionário japonês, decidir enterrar com ele, um quadro de um grande mestre.
Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países, tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.
Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade, assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife,Lisboa, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA tem defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir a escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa.
Só nossa!
2003-08-28
serviço público
INSTITUTO DE METEOROLOGIA
PORTUGAL
PREVISÃO DO ESTADO DO TEMPO NO CONTINENTE
DIA 29 DE AGOSTO DE 2003 - SEXTA-FEIRA
REGIÕES DO NORTE E DO CENTRO:
PERÍODOS DE CÉU MUITO NUBLADO, APRESENTANDO BOAS ABERTAS A
PARTIR DO FIM DA MANHÃ.
VENTO MODERADO (15 A 30 KM/H) DE SUDOESTE, SOPRANDO MODERADO A FORTE
(30 A 45KM/H) NAS TERRAS ALTAS, TORNANDO-SE EM GERAL FRACO (INFERIOR
A 20 KM/H) DE OESTE DURANTE A MANHÃ.
AGUACEIROS, EM ESPECIAL NA REGIÃO NORTE E DIMINUINDO DE FREQUÊNCIA
DURANTE A MANHÃ.
PEQUENA SUBIDA DA TEMPERATURA.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL.
REGIÕES DO SUL:
CÉU GERALMENTE POUCO NUBLADO.
VENTO EM GERAL FRACO (10 A 20 KM/H) DE OESTE.
PEQUENA SUBIDA DA TEMPERATURA.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL.
ESTADO DO MAR
COSTA OCIDENTAL: ONDAS DE SUDOESTE COM 3 A 4 METROS,
DIMINUINDO PARA 2 METROS.
TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR: 19 C
COSTA SUL: ONDAS DE SUDOESTE COM 1 METRO.
TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR: 20 C
DIA 30 DE AGOSTO DE 2003 - SÁBADO
CÉU POUCO NUBLADO OU LIMPO, APRESENTANDO-SE MUITO NUBLADO NO LITORAL
A NORTE DO CABO DA ROCA ATÉ AO FIM DA MANHÃ.
VENTO FRACO (INFERIOR A 15 KM/H) DO QUADRANTE NORTE.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL NO LITORAL OESTE, NOS VALES E TERRAS BAIXAS.
SUBIDA DA TEMPERATURA MÁXIMA, EM ESPECIAL NO INTERIOR.
DIA 31 DE AGOSTO DE 2003 - DOMINGO
CÉU POUCO NUBLADO OU LIMPO.
VENTO FRACO (INFERIOR A 15 KM/H), SOPRANDO MODERADO (15 A 25 KM/H)
DE NOROESTE DURANTE A TARDE, NO LITORAL OESTE.
NEBLINA OU NEVOEIRO MATINAL, EM ESPECIAL NO LITORAL OESTE.
INFORMAÇÃO DO INSTITUTO DE METEOROLOGIA - PORTUGAL.
Clara Ferreira Alves no Diário Digital:
“No Iraque, todos os dias morrem tropas britânicas ou americanas, e o que corre mal no Iraque, onde a população se sente desprotegida e ocupada, insegura e humilhada, correrá mal noutros lugares, porque o Iraque será o erro da Casa Branca e de Downing Street que todos iremos pagar. A visão estratégica da luta anti-terrorista de Bush – nós contra eles – começa a parecer-se com a visão suicidária de uma América que não preparou, não planeou, não estudou e não tem competência para ocupar e reconstruir o Iraque. E que não quer ceder o poder, mantendo o orgulhosa solidão que tão maus resultados costuma dar nos regimes autoritários”
Nem é preciso discutir princípios. É uma questão de competência.
“No Iraque, todos os dias morrem tropas britânicas ou americanas, e o que corre mal no Iraque, onde a população se sente desprotegida e ocupada, insegura e humilhada, correrá mal noutros lugares, porque o Iraque será o erro da Casa Branca e de Downing Street que todos iremos pagar. A visão estratégica da luta anti-terrorista de Bush – nós contra eles – começa a parecer-se com a visão suicidária de uma América que não preparou, não planeou, não estudou e não tem competência para ocupar e reconstruir o Iraque. E que não quer ceder o poder, mantendo o orgulhosa solidão que tão maus resultados costuma dar nos regimes autoritários”
Nem é preciso discutir princípios. É uma questão de competência.
2003-08-27
Cara Sónia,
EPPUR SI MUOVE
“Eu, Galileu, de 69 anos, com a mão sobre o Evangelho, maldigo e detesto a heresia do movimento da Terra.“
“eppur si muove”
No momento em que faz esta afirmação Galileu personifica e torna-se o fulcro, pelo menos a nível simbólico, da separação do laico e do sagrado.
Afirmou-se herético e como católico que era arrependeu-se de pensar dizer e escrever que a Terra não era o centro do Universo. E no entanto esta move-se.
Os seus sentidos, os seus instrumentos e a sua inteligência afirmam-no.
Galileu traiu a verdade, foi cobarde, negociou a vida com o engano, foi dúplice – não é uma história digna e nobre, edificante como a vida dos santos. Também por isso Galileu é tão representativo do homem moderno – dividido entre a Fé e a Verdade. Na idade média estes dois conceitos seriam indissociáveis. Aparecerem tão próximos num texto constituiria um pleonasmo óbvio. Para Galileu era um paradoxo.
EPPUR SI MUOVE
EPPUR SI MUOVE
“Eu, Galileu, de 69 anos, com a mão sobre o Evangelho, maldigo e detesto a heresia do movimento da Terra.“
“eppur si muove”
No momento em que faz esta afirmação Galileu personifica e torna-se o fulcro, pelo menos a nível simbólico, da separação do laico e do sagrado.
Afirmou-se herético e como católico que era arrependeu-se de pensar dizer e escrever que a Terra não era o centro do Universo. E no entanto esta move-se.
Os seus sentidos, os seus instrumentos e a sua inteligência afirmam-no.
Galileu traiu a verdade, foi cobarde, negociou a vida com o engano, foi dúplice – não é uma história digna e nobre, edificante como a vida dos santos. Também por isso Galileu é tão representativo do homem moderno – dividido entre a Fé e a Verdade. Na idade média estes dois conceitos seriam indissociáveis. Aparecerem tão próximos num texto constituiria um pleonasmo óbvio. Para Galileu era um paradoxo.
EPPUR SI MUOVE
PVG apurou que em Goa, sob a dominação portuguesa, a sociedade estava estruturada como um “apartheid quase rigoroso”. A segregação processava-se por níveis, ou castas na boa tradição indiana e pasme-se, PVG defende que essa tradição também seria a europeia, pelo menos na altura.
“(…)os portugueses viviam na sua cidade própria, em geral dentro dos muros da fortaleza. No círculo urbano imediato, habitavam os “locais da terra” de religião católica. Depois, em segregação sistemática e organizada, os hindus, distribuídos pelas várias castas, os jains, os muçulmanos.”
Num paralelo, as sociedades, quer as europeias, quer as asiáticas, praticavam naturalmente sistemas de castas. Criando-se assim grupos estanques de minorias étnicas, religiosas ou profissionais semi-ostracizados. “Também em Portugal os muçulmanos, os judeus e as diversas profissões tinham bairros ou ruas próprias. Os europeus perceberam logo que, na India, havia ainda menos lugar que na Europa para miscigenação urbana, profissional ou pessoal.”
Os mestiços, filhos de casamentos mistos, foram sempre párias - o nível mais baixo das sociedades. Por isso a dificuldade de integração rápida, impossivelmente indolor das minorias. “Dos portugueses aos nigerianos, por exemplo, só ao fim de duas ou três gerações toda a gente se “ocidentaliza”, ou seja, se moderniza - e, a maior parte das vezes, apenas superficialmente.”
E quando se pretende aculturar uma nação ou um povo inteiro, é de esperar ainda maiores dificuldades.
“(…)os portugueses viviam na sua cidade própria, em geral dentro dos muros da fortaleza. No círculo urbano imediato, habitavam os “locais da terra” de religião católica. Depois, em segregação sistemática e organizada, os hindus, distribuídos pelas várias castas, os jains, os muçulmanos.”
Num paralelo, as sociedades, quer as europeias, quer as asiáticas, praticavam naturalmente sistemas de castas. Criando-se assim grupos estanques de minorias étnicas, religiosas ou profissionais semi-ostracizados. “Também em Portugal os muçulmanos, os judeus e as diversas profissões tinham bairros ou ruas próprias. Os europeus perceberam logo que, na India, havia ainda menos lugar que na Europa para miscigenação urbana, profissional ou pessoal.”
Os mestiços, filhos de casamentos mistos, foram sempre párias - o nível mais baixo das sociedades. Por isso a dificuldade de integração rápida, impossivelmente indolor das minorias. “Dos portugueses aos nigerianos, por exemplo, só ao fim de duas ou três gerações toda a gente se “ocidentaliza”, ou seja, se moderniza - e, a maior parte das vezes, apenas superficialmente.”
E quando se pretende aculturar uma nação ou um povo inteiro, é de esperar ainda maiores dificuldades.
2003-08-26
The Bright's Network
A Bright is a person who has a naturalistic worldview
A Bright's worldview is free of supernatural and mystical elements.
The ethics and actions of a Bright are based on a naturalistic worldview.
em www.the-brights.net - site do movimento bright
Humildemente relembro que, apesar da língua portuguesa evoluir, muda mais devagar que a blogosfera.
(na glória de todos nós:
José Mourinho - Foi exemplar a sua reacção ao frango de Baía. Prometeu-nos que haverão outros. (...))
E agora pergunto:
Não será antes: Prometeu-nos que haverá outros?
2003-08-25
Acha que a barragem do Alqueva serve para alguma coisa?
1 - Sim
2 - Não
É o inquérito no site do Público. Quanto à questão não tenho nada a criticar: equilibrada, nada manipuladora. Propunha sim que as alternativas de resposta fossem para além do simples sim/não. Só a título de exemplo:
Acha que a barragem do Alqueva serve para alguma coisa?
1. Sim
2. Não
3. Talvez Sim
4. Talvez Não
5. Talvez Talvez
6. Sim, porque não?
7. Não! Porque sim!
8. Muita coisa e deitava uma bomba nas gravuras de Foz Côa
9. Nada de nada, mas pronto até é bonitinha!
10. Sim?
11. Não….
12. Nenhuma das alternativas acima.
13. Todas as alternativas abaixo.
14. Eu nem gosto de água!
15. Não quero saber…
16. O que é o Público?
17. Al ‘queva??? Os terroristas são tão hórriveis…
18. e aquele sangue todo!
19. Detesto inquéritos!!!
20. Ponho a cruzinha onde?
21. Cá pra mim é igual!
22. Disso a minha patroa é que sabe!
23. Oh Manel! Vem aqui que estes senhores querem falar contigo!
24. Antes de responder à pergunta importa lembrar que todos os pareceres técnicos apontavam para uma rápida resolução do problema! Posto isto a minha opinião é que se devem ponderar todas as variáveis relevantes para ser formulada uma resposta cabal e definitiva.
25. Agora não posso!
1 - Sim
2 - Não
É o inquérito no site do Público. Quanto à questão não tenho nada a criticar: equilibrada, nada manipuladora. Propunha sim que as alternativas de resposta fossem para além do simples sim/não. Só a título de exemplo:
Acha que a barragem do Alqueva serve para alguma coisa?
1. Sim
2. Não
3. Talvez Sim
4. Talvez Não
5. Talvez Talvez
6. Sim, porque não?
7. Não! Porque sim!
8. Muita coisa e deitava uma bomba nas gravuras de Foz Côa
9. Nada de nada, mas pronto até é bonitinha!
10. Sim?
11. Não….
12. Nenhuma das alternativas acima.
13. Todas as alternativas abaixo.
14. Eu nem gosto de água!
15. Não quero saber…
16. O que é o Público?
17. Al ‘queva??? Os terroristas são tão hórriveis…
18. e aquele sangue todo!
19. Detesto inquéritos!!!
20. Ponho a cruzinha onde?
21. Cá pra mim é igual!
22. Disso a minha patroa é que sabe!
23. Oh Manel! Vem aqui que estes senhores querem falar contigo!
24. Antes de responder à pergunta importa lembrar que todos os pareceres técnicos apontavam para uma rápida resolução do problema! Posto isto a minha opinião é que se devem ponderar todas as variáveis relevantes para ser formulada uma resposta cabal e definitiva.
25. Agora não posso!
2003-08-21
BRIGHT!
a nova designação para aquele que tem uma visão naturalista do mundo
(ver em The third culture)
médicos e medicamentos
Os médicos tem por função básica e inalienável - invendável introcável inegociável - defender a vida dos seus doentes.
Ao permitir que a sua decisão técnica seja influenciada por questões de interesse próprio, o profissional de saúde deixou o juramento de Hipócrates onde?
Lembremo-nos então que os maiores consumidores, em quantidade e valor, de medicamentos são idosos. Juntemos que a principal fonte de rendimento dos velhos são as pensões de reforma (baixas).
Temos a justiça social do avesso. Temos transferências brutais de rendimento dos pobres para uma das classes mais bem pagas deste país. Transferências brutais dos impostos, que todos pagamos, para uma classe profissional sem desemprego, com salários bastante interessantes.
O resto da história: mais um caso de tribunal.
2003-08-20
fuzzy logic
Luís Delgado no Diário Digital sobre os atentados no Iraque e em Israel
Luís Delgado socorre-se da tese do Choque de Civilizações para integrar o problema. Neste quadro, Sérgio Vieira de Mello e as crianças de israel são mártires da civilização ocidental, como que esmagados pelos corpos dos dois titãs em luta.
Justifica-se assim a mão de ferro, a opção do "dente por dente" - versão pobrezinha da escalada da Guerra Fria. Até porque a vitória do ocidente no Iraque pretende a democratização desse país e a libertação desse povo também mártir.
E aí fiquei bararalhado!
O povo iraquiano todo? ou só os não muçulmanos? ou todos menos os xiitas? ou todos menos os da clã de sadam?
Sendo o iraque maioritariamente muçulmano (a OUTRA civilização) haverá condições para democratizar o Iraque?
Ou havedo condições para democratizar o Iraque - povo iraquiano incluído suponho - a cultura muçulmana não será assim tão diferente da ocidental.
E se a cultura muçulmana não respeita os direitos humanos mais básicos, não será possível a democratização.
Continuo baralhado...
RALPH PETERS escreve no NYPOST:
Yet the bombing of the U.N. headquarters at the Canal Hotel was a self-defeating act. . . . The truck bomb didn't simply attack the U.N. - it struck at the U.N.'s idea of itself. The lesson the U.N. must take away is that no one can be neutral in the struggle with evil.
Estordinário!!!
estes malandros das nações unidas - não querem ver onde está o mafarrico!
Yet the bombing of the U.N. headquarters at the Canal Hotel was a self-defeating act. . . . The truck bomb didn't simply attack the U.N. - it struck at the U.N.'s idea of itself. The lesson the U.N. must take away is that no one can be neutral in the struggle with evil.
Estordinário!!!
estes malandros das nações unidas - não querem ver onde está o mafarrico!
O objectivo do terrorismo é criar um clima de medo – ou terror – para atingir objectivos políticos. Habitualmente visa a degradação das estruturas de poder e da confiança dos cidadãos na sua eficácia.
A cidade deixa de cumprir uma das suas funções básicas – proteger os seus habitantes e permitir-lhes um quotidiano sem andar à marretada com o próximo.
O terrorismo quer assustar para o mudar o estado das coisas.
Os inúmeros atentados à vida humana, de israelitas ou de palestinos, não querem mudar o estado de coisas, mas sim mantê-lo. Duas forças opostas da mesma magnitude mantém em equilíbrio o sistema.
É o caso. Cada atentado visa não aterrorizar mas sim indignar, enfurecer a multidão. A frequência da morte é tão grande que se tornou o triste dia-a-dia. Não assusta mais ninguém, os israelitas e os palestinianos já estão todos aterrorizados. Já conseguiram demonstrar a incapacidade das forças de segurança e protecção dos cidadãos. Agora só provocam vontade de vingança no coração do mundo.
O exército israelita e os grupos radicais islâmicos deram as mãos neste propósito e estão a indignar o mundo inteiro. A política de olho por olho dente por dente está a atingir os seus objectivos.
A cidade deixa de cumprir uma das suas funções básicas – proteger os seus habitantes e permitir-lhes um quotidiano sem andar à marretada com o próximo.
O terrorismo quer assustar para o mudar o estado das coisas.
Os inúmeros atentados à vida humana, de israelitas ou de palestinos, não querem mudar o estado de coisas, mas sim mantê-lo. Duas forças opostas da mesma magnitude mantém em equilíbrio o sistema.
É o caso. Cada atentado visa não aterrorizar mas sim indignar, enfurecer a multidão. A frequência da morte é tão grande que se tornou o triste dia-a-dia. Não assusta mais ninguém, os israelitas e os palestinianos já estão todos aterrorizados. Já conseguiram demonstrar a incapacidade das forças de segurança e protecção dos cidadãos. Agora só provocam vontade de vingança no coração do mundo.
O exército israelita e os grupos radicais islâmicos deram as mãos neste propósito e estão a indignar o mundo inteiro. A política de olho por olho dente por dente está a atingir os seus objectivos.
2003-08-19
Mari Alkatiri: Maggiolo Gouveia foi responsável pelo "holocausto" em Timor-Leste
pergunta: terá o Sr. Ministro da Defesa tentado usar politicamente um facto, pela sua natureza, íntimo e familiar?
Do outro apagão em Nova Iorque (em 1977) resultou um pico de nascimentos 9 meses depois. Resulta que a tecnologia é inimiga do homem e que a tecnosfera tem ocupado espaço da biosfera – ganhando proeminência.
Cá em Portugal, o decréscimo da taxa de fertilidade está intimamente ligado à eficácia dos serviços da EDP.
Há poucos anos, principalmente no Verão, eram frequentes os cortes de Verão, que agora entendo, eram estratégicos. Imagine-se mais uma horda de futuros contribuintes para o sistema de segurança social em plena fabricação. E o mundo rolava ordenadamente…
Cá em Portugal, o decréscimo da taxa de fertilidade está intimamente ligado à eficácia dos serviços da EDP.
Há poucos anos, principalmente no Verão, eram frequentes os cortes de Verão, que agora entendo, eram estratégicos. Imagine-se mais uma horda de futuros contribuintes para o sistema de segurança social em plena fabricação. E o mundo rolava ordenadamente…
2003-08-18
Cara Sónia,
Sempre que certos assuntos me assaltam torno-me estranhamente místico. Sinto o que sempre senti quando passo por escadas sem corrimão, varandas periclitantes ou quaisquer outras passagens elevadas sem a segurança de uma qualquer guarda a que possa deitar a mão: vertigens.
E um dos temas mais vertiginosos é a fé.
As palavras que me surgem mais adequadas são aquelas usadas por alguém profundamente crente.
Tive a tentação (lá está!) de começar por dizer que a fé um grande MISTÉRIO... Tenho de desfazer esta aura de encanto que envolve a expressão. Que, admitemos, convida-nos a aceitar acriticamente qualquer verdade, num doce sono de morfeu no seio da penumbra cálida do GRANDE MISTÉRIO... É tentador...
A busca da verdade, a critica, a dúvida sistemática, a prova, a observação, todo o corpo da ciência assenta sobre pequenas fés... A fé de que o método permita aceder à verdade, a fé de que a medição não influencie o resultado, a fé que a lógica seja o filtro adequado da pensamento... Todo o corpo dedutivo de conhecimento resulta de um núcleo duro de proposições não comprováveis, que são verdadeiras por definição... Depois de séculos de esforços na luta pela objectividade pela positividade - ironia - resta-nos a consolação que baseamos o nosso conhecimento em axiomas, por definição não falsificáveis. A fé...
Não é em vão, penso, que se pergunta... Mas a distância entre os abençoados que "crêem sem ver" e estes estranhos seres de cabeça crítica é bem menor que esses abismos que tanto me vertiginavam à força de os imaginar.
Enfim, tenho fé na verdade,
Sempre que certos assuntos me assaltam torno-me estranhamente místico. Sinto o que sempre senti quando passo por escadas sem corrimão, varandas periclitantes ou quaisquer outras passagens elevadas sem a segurança de uma qualquer guarda a que possa deitar a mão: vertigens.
E um dos temas mais vertiginosos é a fé.
As palavras que me surgem mais adequadas são aquelas usadas por alguém profundamente crente.
Tive a tentação (lá está!) de começar por dizer que a fé um grande MISTÉRIO... Tenho de desfazer esta aura de encanto que envolve a expressão. Que, admitemos, convida-nos a aceitar acriticamente qualquer verdade, num doce sono de morfeu no seio da penumbra cálida do GRANDE MISTÉRIO... É tentador...
A busca da verdade, a critica, a dúvida sistemática, a prova, a observação, todo o corpo da ciência assenta sobre pequenas fés... A fé de que o método permita aceder à verdade, a fé de que a medição não influencie o resultado, a fé que a lógica seja o filtro adequado da pensamento... Todo o corpo dedutivo de conhecimento resulta de um núcleo duro de proposições não comprováveis, que são verdadeiras por definição... Depois de séculos de esforços na luta pela objectividade pela positividade - ironia - resta-nos a consolação que baseamos o nosso conhecimento em axiomas, por definição não falsificáveis. A fé...
Não é em vão, penso, que se pergunta... Mas a distância entre os abençoados que "crêem sem ver" e estes estranhos seres de cabeça crítica é bem menor que esses abismos que tanto me vertiginavam à força de os imaginar.
Enfim, tenho fé na verdade,
2003-08-14
A minha posta de pescada teve como merecida resposta do Ginger Ale:
ja q estas a delirar, manda todos para Marte, com o Bin Laden & Cia, juntamente com todo o arsenal nuclear. de preferencia a 31 de Dez para termos fogo de artificio na passagem de ano
Como manda a boa educação respondi:
Caro Ginger Ale,
Agradeço a sua colaboração no HIPERBÓLICO.
De facto não tinha pensado na hipótese espacial…
Mandar tudo o que é proto-fascitóide para Marte.
Mas aí temos um problema logístico: a quantidade de
passageiros candidatos à magnífica viagem – sem volta – a Marte.
Só para começar:
- os reizinhos da Arábia Saudita
- os Khomeinis do Irão
- o nosso amigo Khadafi
- o Comité do PC Chinês
- os novos amigos dos americanos do Afeganistão
- os militares indonésios
- o Sendero Luminoso
- os esqudrões da morte no Brasil, na Colômbia,
no Peru, etc
- o simpático do Chavéz
- os milhares de senhores da guerra do Zaire,
da Serra Leoa, da Libéria, das Guinés (Conacri e
Bissau), da Eritreia e da Somália
- os governantes de Myanmar
E já agora duas alas especiais (de luxo)
- uma para o Jorge Buche
- e outra para o Sr Dr. Portas e sus muchachos
Com os meus cumprimentos,
Pepe
ja q estas a delirar, manda todos para Marte, com o Bin Laden & Cia, juntamente com todo o arsenal nuclear. de preferencia a 31 de Dez para termos fogo de artificio na passagem de ano
Como manda a boa educação respondi:
Caro Ginger Ale,
Agradeço a sua colaboração no HIPERBÓLICO.
De facto não tinha pensado na hipótese espacial…
Mandar tudo o que é proto-fascitóide para Marte.
Mas aí temos um problema logístico: a quantidade de
passageiros candidatos à magnífica viagem – sem volta – a Marte.
Só para começar:
- os reizinhos da Arábia Saudita
- os Khomeinis do Irão
- o nosso amigo Khadafi
- o Comité do PC Chinês
- os novos amigos dos americanos do Afeganistão
- os militares indonésios
- o Sendero Luminoso
- os esqudrões da morte no Brasil, na Colômbia,
no Peru, etc
- o simpático do Chavéz
- os milhares de senhores da guerra do Zaire,
da Serra Leoa, da Libéria, das Guinés (Conacri e
Bissau), da Eritreia e da Somália
- os governantes de Myanmar
E já agora duas alas especiais (de luxo)
- uma para o Jorge Buche
- e outra para o Sr Dr. Portas e sus muchachos
Com os meus cumprimentos,
Pepe
Comparando com os arroubos fundamentalistas mais a norte, a américa do sul é, no mínimo, refrescante. A vivência - original, de tão pacífica - da esquerda no poder é uma surpresa. Desde sempre sujeita ao experimentalismo social dos ultra-conservadores da Ivy League (libertários de direita é ver o bosque pelo arbusto), o povo sul-americano - os deserdados - precisa do poder. Sem armas, sem caminhos de luz, sem esquadrões de qualquer coisa.
(Acerca da posição histórica dos EUA recomendo a leitura de Império de Gore Vidal, com o especial cuidado de o leitor não esquecer que é pura ficção)
A eleição de Lula da Silva é o maior desafio político no mundo actual. Duvido que haja qualquer complacência com a mínima fragilidade ou erro ou polémica da sua presidência.
Porque actualmente é a única alternativa credível que, simbolicamente, morde nas canelas do padrão internacional de repúblicas bem comportadas ufanas de real politik.
Porque Lula da Silva defende os pobres.
Porque Lula da Silva toma medidas para libertar os deserdados do jugo da fome.
Porque Lula da Silva é de esquerda mas não é populista.
Porque Lula da Silva é democrata.
Porque se Lula da Silva ganhar a parada teremos o Brasil:
país do sul,
pobre,
mulato,
índio,
filho de escravos,
católico,
de carnaval,
a vencer a pobreza.
Eu pago para ver!
(Acerca da posição histórica dos EUA recomendo a leitura de Império de Gore Vidal, com o especial cuidado de o leitor não esquecer que é pura ficção)
A eleição de Lula da Silva é o maior desafio político no mundo actual. Duvido que haja qualquer complacência com a mínima fragilidade ou erro ou polémica da sua presidência.
Porque actualmente é a única alternativa credível que, simbolicamente, morde nas canelas do padrão internacional de repúblicas bem comportadas ufanas de real politik.
Porque Lula da Silva defende os pobres.
Porque Lula da Silva toma medidas para libertar os deserdados do jugo da fome.
Porque Lula da Silva é de esquerda mas não é populista.
Porque Lula da Silva é democrata.
Porque se Lula da Silva ganhar a parada teremos o Brasil:
país do sul,
pobre,
mulato,
índio,
filho de escravos,
católico,
de carnaval,
a vencer a pobreza.
Eu pago para ver!
2003-08-13
Há ideias simples que valem a pena ser acarinhadas.
Principalmente quando correspondem a uma necessidade premente das populações. Na blogosfera lusa já faz falta.
Principalmente quando correspondem a uma necessidade premente das populações. Na blogosfera lusa já faz falta.
2003-08-12
Começaram as reformas…
O princípio do fim do velho Portugal, já se vislumbra a dinâmica do novíssimo país – produtivo e empreendedor! As elites - dependentes da Fazenda Pública, palavrosas e improdutivas – que se cuidem. Ou dá lucro ou fecha!
O Sr. Ministro da Presidência o Dr. Morais Sarmento dá o exemplo aos seus colegas e a todos os portugueses, dando fim à uma das grandes causas do défice da RTP – o “Acontece”. Esse programeco não apresenta qualquer justificação de existir.
O sinal está dado! Agora é só seguir o rapaz… afinal até tem estilo de condottieri (nada de confusões - condottieri é condutor, aquele que vai à frente, nada mais... ok?)
Reduza-se o orçamento do Ministério da Cultura – ou até que se feche!
Corte-se no mecenato às actividades culturais.
Limitem-se as despesas familiares em livros, discos, cinema, teatro… com excepção do Harry Potter, da colecção OT (para os incultos OT = Operação Triunfo), dos Anjos de Charlie. Quanto ao teatro – e vamos ao Politeama!!!
(Neste quadro nem percebo para que inventaram o “Canal Conhecimento” – fechava-se e pronto!)
Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa reivindicam atentado em Telavive
Propunha o seguinte:
Trocava os israelitas com os bascos! Podia ser que resultasse... O Aznar aturava o Sharon... Os palestinianos e os bascos de certeza que conseguiam a paz uns com os outros!!
Ou outra:
juntava todos radicais e fundamentalistas: castelanistas, bascos, israelitas e Al-Haqsa's... do outor lado do mundo os moderados...
Boa?
2003-08-05
Até à Peneda
Ainda há pouco sem saber de início... enveredei pela descoberta de mais um universo paralelo do que se chamava, no longínquo politiquês do passado século XX, Portugal Profundo.
(Passa a observação de que XX é vinte e não porno - ou talvez tenha sido porno, o último dos séculos porno, que agora no seu final canta no seu estertor, a sua morte. canta não! geme...)
De caminho a Melgaço pela nacional 13 vindo de Caminha e passando mesmo junto de Monção, vira-se algures à direita e fazem-se 22Km em direcção à Peneda, à fronteira do parque. Magnífica transmutação, surpreendente variação suave, esparsando as feridas humanas marcadas na pedra. Ou, no topo, perto dele, os pastos o lado nómada da transumância pastoril... ainda viva.
De caminho, curvamos e contracurvamos por dois vales contíguos, ligados por uma ponte junto à azenha, tornada inútil pelo século vinte. O Tardio, chegado àqueles caminhos há quatro décadas, não mais. A azenha tão sem uso vislumbrámo-la uma ruína. Não parámos o automóvel, não bebemos a alma do ribeiro que passa no fundo - talvez límpido imagino - ficou do quadro a ligeira impressão. Entre a curva e contracurva, a próxima pequena ou grande maison, telhado mais ou menos inclinado, alcandorada se a topografia da courela assim o permite. Na densidade dos caules, donde brotam o verde do milho e da vinha adivinham-se as mãos que trabalham, presentes e permanentes escravos da paisagem.
O que realmente fica é a paisagem o relance para quem passa preguiçosamente com o fito no parque, na Serra. O olhar parasita das mãos dos outros, sedento do verde denso do vale, prenúncio do topo do mundo. Da amplitude de olhar lá do cimo reduzindo o nativo a miniatura de gente, pequeno bichinho hiperactivo, formiguita construtora de paisagens, para gáudio dos olhos mortais, não de gelo, mas de inocente curiosidade de antropólogo amador carregado de teorias incompletas.
Subiu-se muito até ao topo. E as mãos que trabalharam a paisagem do vale são agora os pés que batem os pastos, dos cascos das vacas que os seguem. Os pastos e as árvores e os raros caminhos. Raros são os rasgos na serra, os abrigos de pastor que de tão baixos, feitos à terra, mostram vergonha de não ruírem. Agacham-se escondidos entre dois penedos e um tufo de fetos.
Para manter o mistério o nevoeiro desceu sobre a serra, a cacimba molhava distraída o viajante, o turista de acaso.
2003-08-04
Na última quinta-feira dei por mim uma alma sensível.
Lembro-me dos tempos em que antes de um filmito mais carnudo na televisão, um senhor – ou senhora – avisava os caros telespectadores que este continha imagens que poderiam chocar as pessoas com uma sensibilidade mais susceptível. Chegava mesmo a aconselhar mudar de canal. Sempre achei que ficava no ar a leve sugestão de desligar o aparelho.
Só muito depois, já com a privatização em preparação é que veio a bolinha vermelha.
Apresenta muitas vantagens! Não se perde tempo de antena com um período de baixíssima rentabilidade. Menos 2 minutos de anúncios no mínimo. Não se aconselha a mudança de canal, perigosíssimo para o share. Informa o telespectador que o próximo programa tem suficientes sylicon bodies para pôr a salivar qualquer almita mais susceptível. Deixa no ar a persistente sugestão para não desligar o aparelho, não fazer zapping, a qualquer momento, dentro em breve, pode começar a publicidade.
As imagens chocantes surgem assim de rompante, sem qualquer aviso, no início do telejornal, com a imprevisível realidade. E sem bolinha!
Na quinta-feira foi a minha vez de ser abalroado com a crueza da realidade filmada, satelitalizada e descarregada sobre o meu jantar.
Os incêndios! Aquela dor toda… desliguei – não quis saber!!!
Lembro-me dos tempos em que antes de um filmito mais carnudo na televisão, um senhor – ou senhora – avisava os caros telespectadores que este continha imagens que poderiam chocar as pessoas com uma sensibilidade mais susceptível. Chegava mesmo a aconselhar mudar de canal. Sempre achei que ficava no ar a leve sugestão de desligar o aparelho.
Só muito depois, já com a privatização em preparação é que veio a bolinha vermelha.
Apresenta muitas vantagens! Não se perde tempo de antena com um período de baixíssima rentabilidade. Menos 2 minutos de anúncios no mínimo. Não se aconselha a mudança de canal, perigosíssimo para o share. Informa o telespectador que o próximo programa tem suficientes sylicon bodies para pôr a salivar qualquer almita mais susceptível. Deixa no ar a persistente sugestão para não desligar o aparelho, não fazer zapping, a qualquer momento, dentro em breve, pode começar a publicidade.
As imagens chocantes surgem assim de rompante, sem qualquer aviso, no início do telejornal, com a imprevisível realidade. E sem bolinha!
Na quinta-feira foi a minha vez de ser abalroado com a crueza da realidade filmada, satelitalizada e descarregada sobre o meu jantar.
Os incêndios! Aquela dor toda… desliguei – não quis saber!!!
2003-06-30
Vejamos com mais detalhe:
1ª
Artigo I-6.º: Personalidade jurídica
A União goza de personalidade jurídica.
2ª
Artigo I-10.º: Direito da União
1. A Constituição e o direito adoptado pelas Instituições da União no exercício das competências que lhe são atribuídas têm primazia sobre o direito dos Estados-Membros.
2. Os Estados-Membros tomam todas as medidas gerais ou específicas necessárias para garantir a execução das obrigações decorrentes da Constituição ou resultantes dos actos das Instituições da União.
3ª
Artigo I-11.º: Categorias de competências
1. Sempre que a Constituição atribua à União competência exclusiva num determinado domínio, só ela pode legislar e adoptar actos juridicamente vinculativos, não podendo os Estados-Membros fazê-lo senão mediante habilitação da União ou para dar execução aos actos por esta adoptados.
2. Sempre que a Constituição atribua à União uma competência partilhada com os Estados-Membros num determinado domínio, a União e os Estados-Membros têm o poder de legislar e de adoptar actos juridicamente vinculativos nesse domínio. Os Estados-Membros exercem a sua competência na medida em que a União não tenha exercido a sua, ou tenha decidido deixar de a exercer.
4ª
Artigo I-12.º: Competências exclusivas
1. A União dispõe de competência exclusiva para estabelecer as regras de concorrência necessárias ao funcionamento do mercado interno, bem como nos seguintes domínios:
política monetária para os Estados-Membros que tenham adoptado o euro;
política comercial comum;
União Aduaneira;
conservação dos recursos biológicos do mar, no âmbito da política comum das pescas.
2. A União dispõe de competência exclusiva para celebrar acordos internacionais sempre que tal celebração esteja prevista num acto legislativo da União, seja necessária para dar à União a possibilidade de exercer a sua competência a nível interno, ou afecte um acto interno da União.
5ª
2. As competências partilhadas entre a União e os Estados-Membros aplicam-se aos principais domínios a seguir enunciados:
mercado interno;
espaço de liberdade, de segurança e de justiça;
agricultura e pescas, com excepção da conservação dos recursos biológicos do mar;
transportes e redes transeuropeias;
energia;
política social, no que se refere aos aspectos definidos na Parte III;
coesão económica, social e territorial;
ambiente;
defesa dos consumidores;
problemas comuns de segurança em matéria de saúde pública.
1ª
Artigo I-6.º: Personalidade jurídica
A União goza de personalidade jurídica.
2ª
Artigo I-10.º: Direito da União
1. A Constituição e o direito adoptado pelas Instituições da União no exercício das competências que lhe são atribuídas têm primazia sobre o direito dos Estados-Membros.
2. Os Estados-Membros tomam todas as medidas gerais ou específicas necessárias para garantir a execução das obrigações decorrentes da Constituição ou resultantes dos actos das Instituições da União.
3ª
Artigo I-11.º: Categorias de competências
1. Sempre que a Constituição atribua à União competência exclusiva num determinado domínio, só ela pode legislar e adoptar actos juridicamente vinculativos, não podendo os Estados-Membros fazê-lo senão mediante habilitação da União ou para dar execução aos actos por esta adoptados.
2. Sempre que a Constituição atribua à União uma competência partilhada com os Estados-Membros num determinado domínio, a União e os Estados-Membros têm o poder de legislar e de adoptar actos juridicamente vinculativos nesse domínio. Os Estados-Membros exercem a sua competência na medida em que a União não tenha exercido a sua, ou tenha decidido deixar de a exercer.
4ª
Artigo I-12.º: Competências exclusivas
1. A União dispõe de competência exclusiva para estabelecer as regras de concorrência necessárias ao funcionamento do mercado interno, bem como nos seguintes domínios:
política monetária para os Estados-Membros que tenham adoptado o euro;
política comercial comum;
União Aduaneira;
conservação dos recursos biológicos do mar, no âmbito da política comum das pescas.
2. A União dispõe de competência exclusiva para celebrar acordos internacionais sempre que tal celebração esteja prevista num acto legislativo da União, seja necessária para dar à União a possibilidade de exercer a sua competência a nível interno, ou afecte um acto interno da União.
5ª
2. As competências partilhadas entre a União e os Estados-Membros aplicam-se aos principais domínios a seguir enunciados:
mercado interno;
espaço de liberdade, de segurança e de justiça;
agricultura e pescas, com excepção da conservação dos recursos biológicos do mar;
transportes e redes transeuropeias;
energia;
política social, no que se refere aos aspectos definidos na Parte III;
coesão económica, social e territorial;
ambiente;
defesa dos consumidores;
problemas comuns de segurança em matéria de saúde pública.
CONSTITUIÇÃO EUROPEIA
(site da UE em acrobat reader)Antes de perguntarmos que constituição europeia, questionemos o facto em si, a existência da Constituição. A União Europeia vai ter uma constituição.
O símbolo, a fonte de todo o poder, na minha opinião, é claro - o aprofundamento da União chegou. E o aprofundamento da União exige o esbatimento do Estado Nação.
O ponto fundamental, a discutir, não está em se países pequenos e periféricos que terão mais ou menos poder que os grandes, e qual a regra de decisão das Instituições e quais e quantos os Fundos... E os novos parceiros que aí vêem, e a competitividade da indústria e do trabalhador português e o modelo económico e...
A miriade de variáveis disponível, a clamar por uma análise dos ganhos e perdas para cada país, ou cada região ou um agrupamento ou uma cidade ou qualquer outra geo-(metria)-grafia variável, é o paraíso do pragmatismo tecnocrata.
A União Económica e Financeira está estabilizada e aceite generalizadamente.
O caso dos ingleses e afins (galeses, escoceses e outros colonizados de longa data) é sintoma dessa mesma institucionalização da U.E.F. O mundo inteiro conduz à direita à excepção dos ingleses e afins... Ninguém questiona a aceitação e institucionalização da condução à direita destes estranhos continentais à excepção dos... ingleses e afins...
O que se discute agora é política da mais pura... o arranjo do poder, a sua distribuição e o seu exercício - a forma de funcionamento das Instituições Europeias. Política sem qualquer disfarce utilitarista. Está em discussão o poder e suas instâncias. E a questão é simples: vamos ter uma constituição, Lei maiúscula que coordena regula e orienta as leis minúsculas - ou seja, poder - EUROPEIA. Sim ou Não?
Enfim!
Não acho que o documento seja ofensivo paras as diversíssimas identidades europeias. Mas vale a pena pensar e discutir e estar atento... à democracia e à representatividade.
E já agora se é para haver poder, que seja popular...
2003-06-25
If any continent deserves intervention, it is Africa. In the Democratic Republic of Congo and East Africa a devastating human crisis – failed states, ethnic violence, rampant disease and endemic insecurity – presents Bush and Blair with a moral as well as a political challenge.
por Harun Hassan na opendemocracy
por Harun Hassan na opendemocracy
2003-06-18
Brasil e Venezuela
dois governos de esquerda - que diferença!
grande diferença no regime, no exercício do poder e na oposição... Parabéns FHC!!! parabéns lula...
vou citar Dan Storey na opendemocracy:
Venezuela’s tumultuous political experiment under Hugo Chavez has survived the April 2002 coup, two general strikes, United States opposition and Cuban friendship. Through it all, Chavez has sought to consolidate his rule by empowering his supporters on the streets. Are the ‘Bolivarian circles’ weapons of a demagogue, or popular democracy in action?
num jogo de espelhos de um lado o interesse corporativo dos barões corruptos, do outro os populistas fascizantes de esquerda! o povo ainda escolhe...
2003-06-13
No PÚBLICO
Guilherme Silva: MAGNÍFICO LÍDER DA BANCADA DO PSD
O líder parlamentar do PSD, Guilherme Silva, considerou hoje em entrevista à Antena 1 que a Assembleia da República não deveria ter permitido a detenção do deputado Paulo Pedroso.
“Obviamente que a forma como foi pedido à Assembleia que autorizasse a prisão do deputado Paulo Pedroso, se ela viesse a ser necessária e se viesse a mostrar adequada, é um cheque em branco que a Assembleia não devia dar", afirmou Guilherme Silva.
"Não tem nada a ver com o deputado Paulo Pedroso em particular. Não tem nada a ver com o ser deputado do Partido Socialista ou ser deputado do PSD. Tem a ver com uma questão institucional. Tenho muita dificuldade em compreender que alguém que está inocente — e eu estou crente que assim seja — e que defende — como defendeu o doutor Ferro Rodrigues e ele próprio — que está a ser vítima de uma cabala e de provas forjadas, de uma calúnia montada, de uma cabala ou de provas forjadas, diga: ‘Mas, apesar disso, estou aqui para me prenderem’. Desculpe lá, isto não é humanamente aceitável nem razoável", acrescentou o líder laranja.
“Eu faria uma conferência de imprensa em que dizia que estava a ser vítima de uns pulhas, por razão da minha função pública, e que acreditava que a justiça do meu país, os magistrados do meu país, iam saber detectar essa situação a tempo. Mas, se não soubessem, eu tinha de presumir pela sua incompetência e teria de classificá-los, do meu ponto de vista, no mesmo rol daqueles que estavam a montar a cabala"
"E iria exgir ao senhor Presidente da República que tivesse uma intervenção, porque estava a haver uma situação que era preciso que o regime atentasse, porque o líder [parlamentar] do partido do Governo estava a ser vítima desta situação. E não descansaria um só segundo enquanto não desmontasse essa situação. E também havia uma coisa muito clara: nesta minha convicção, eu ia opor-me a que a Assembleia da República aprovasse a minha prisão preventiva",
Magnífico como sempre. Depois da aparição da Nossa Senhora de Felgueiras... magnífico!
defendemos quem sr deputado?
2003-06-11
O Jaguar e a presa
Clara Ferreira Alves acerca da Moderna no Diário Digital
Democrático e felizmente europeu, o povo português desatou a viver à grande e à francesa ao cabo de anos de penúria. Aos políticos de convicção sucederam-se epígonos, rapaziada deslumbrada pelo arrivismo, as benesses, o poder, a influência, a flatulência da riqueza fácil. E a figura do enriquecimento sem causa.
Nos anos 80 o modelo de desenvolvimento era o "país de serviços" - os sectores exemplo, a vanguarda, eram o sistema bancário e a distribuição.
Até se falava na "Califórnia da Europa"...
resta-nos o Turismo... ou quê?
2003-06-02
Imagina a mão que toca e molda o corpo amado, tornando completo o abraço estreito. Outra mão prolonga-se nos dedos, que leves se perdem nos cabelos revoltos e cheirosos.
Mais uma mão que toca e molda outras costas que não as mesmas, não sei de qual das duas estou agora a falar!
Neste jogo a quatro mãos, falta uma, a última que, como por vontade própria, procura o amor do seio escondido, a ternura num mamilo redondo e rosa, tremente ao toque.
O corpo do homem envolve-se no corpo da mulher, através das bocas que se sugam, dos peitos numa amálgama, das coxas que se encaixam, do pénis no calor da vagina, dos cheiros que se trocam até ser um, dos gemidos que são duplos um do outro, do prazer prolongado pelo amor.
É o abraço dos corpos que se amam, das almas que se unem, aquele momento em que não há lugar nem hora, nem espaço nem tempo – um grão de continuum.
Nem ele nem ela são totalmente homem ou mulher. Com o prazer a ternura a intimidade, a fusão, oferecem um ao outro as suas diferenças. Ele torna-se um pouco mulher, ela descobre o que é ser homem.
Fazem amor.
Mais uma mão que toca e molda outras costas que não as mesmas, não sei de qual das duas estou agora a falar!
Neste jogo a quatro mãos, falta uma, a última que, como por vontade própria, procura o amor do seio escondido, a ternura num mamilo redondo e rosa, tremente ao toque.
O corpo do homem envolve-se no corpo da mulher, através das bocas que se sugam, dos peitos numa amálgama, das coxas que se encaixam, do pénis no calor da vagina, dos cheiros que se trocam até ser um, dos gemidos que são duplos um do outro, do prazer prolongado pelo amor.
É o abraço dos corpos que se amam, das almas que se unem, aquele momento em que não há lugar nem hora, nem espaço nem tempo – um grão de continuum.
Nem ele nem ela são totalmente homem ou mulher. Com o prazer a ternura a intimidade, a fusão, oferecem um ao outro as suas diferenças. Ele torna-se um pouco mulher, ela descobre o que é ser homem.
Fazem amor.
2003-06-01
Leitura terminada:
Os velhos marinheiros ou O capitão de longo curso
de Jorge Amado
O parágrafo final:
“Afinal, digam-me os senhores com as suas luzes e sua experiência, onde está a verdade, a completa verdade? Qual a moral a extrair desta história por vezes salafrária e chula? Está a verdade naquilo que sucede todos os dias, nos quotidianos acontecimentos, na mesquinhez e chatice da vida da imensa maioria dos homens ou reside a verdade no sonho que nos é dado sonhar para fugir de nossa triste condição? Como se elevou o homem em sua caminhada pelo mundo: através do dia a dia de misérias e futricas, ou pelo livre sonho, sem fronteiras nem limitações? Quem levou Vasco da Gama e Colombo ao convés das caravelas? Quem dirige as mãos dos sábios a mover as alavancas na partida dos sputnicks, criando novas estrelas e uma lua nova no céu desse subúrbio do universo? Onde está a verdade, respondam-me por favor: na pequena realidade de cada um ou no imenso sonho humano? Quem a conduz pelo mundo afora, iluminando o caminho do homem? O Meritíssimo Juiz ou o paupérrimo poeta? Chico Pacheco, com sua integridade, ou o comandante Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso?”
2003-05-30
Prisão Preventiva
(falando do que não sei!)
Muito se tem falado em prisões preventivas em Portugal, por serem alegadamente excessivas.
Ninguém abertamente defende o contrário.
(que eu saiba)
Não será a altura própria para discutir o assunto, atendendo ao momento mediático. As atenções da imprensa sobre a justiça justificarão o adiamento deste debate. Evita-se assim que a alteração da legislação se processe ao sabor das emoções e não em consequência de reflecção necessária a um maior equilíbrio da lei.
Deixo só a pergunta:
Se agora há excessiva pressão mediática para debater esta questão, quando chegará a tão necessária tranquilidade?
2003-05-28
A ler:
Os velhos marinheiros ou O capitão de longo curso
de Jorge Amado
Personagens fantásticas, impossível não achar-lhes graça, com tantos pequenos/grandes defeitos.
Refrescante tolerância com a magnífica imperfeição dos humanos.
Nos tempos que correm, sabe bem!
mais informação...
2003-05-27
Vidro líquido, massa informe e quente,
Aguardo uma vontade, a arte,
Um molde que dê forma e função...
Não desejo ser vitral que escorre luz filtrada
altaneiro nos píncaros de uma catedral,
epifania, a arte humana tocando os céus...
Quero ser um copo... um simples copo de cozinha
Metade de cilindro oco e transparente
tens sede... vais à cozinha... enches de água...
Igual àquele que segura a tua escova de dentes...
Um simples copo, que tu uses todos os dias, quotidiano.
Aguardo uma vontade, a arte,
Um molde que dê forma e função...
Não desejo ser vitral que escorre luz filtrada
altaneiro nos píncaros de uma catedral,
epifania, a arte humana tocando os céus...
Quero ser um copo... um simples copo de cozinha
Metade de cilindro oco e transparente
tens sede... vais à cozinha... enches de água...
Igual àquele que segura a tua escova de dentes...
Um simples copo, que tu uses todos os dias, quotidiano.
2003-05-26
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